Agentes públicos são investigados em Londrina por esquema criminoso para conceder benefícios indevidos a presos
Gaeco cumpriu 19 mandados e apreensão e afastou das funções servidores do Judiciário e do órgão ligado ao Depen, o Departamento de Polícia Penal do Estado
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) - braço do Ministério Público do Paraná - deflagrou nesta quinta-feira (13) uma operação que apura a participação de agentes públicos em esquema criminoso para conceder benefícios indevidos a presos em Londrina. Os alvos são um analista judiciário da Vara de Execuções Penais e um servidor lotado no Patronato Penitenciário, órgão do Depen (Departamento de Polícia Penal do Estado).
A Operação Antártida cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em cidades no norte do Paraná e em Santa Catarina, além das imposições de medidas cautelares.
De acordo com as investigações, entre os benefícios concedidos aos presos por meio de fraude processual estão a progressão antecipada de regime, o livramento de condicional e agilidade em processos judiciais.
O promotor do Gaeco, Leandro Antunes, aponta os agentes públicos engavetaram por dois anos a expedição de mandado de prisão contra um criminoso condenado a 12 anos de reclusão por comandar o tráfico de drogas na zona sul de Londrina.
Uma das provas da propina foi um recibo de pix pago de R$ 4 mil enviado por aplicativo de mensagem por um familiar de um dos presos ao agente público. O servidor do órgão penal ainda elaborava relatórios que instruíam os pedidos de benefícios na execução penal.
Além dos mandados de busca e apreensão, a 3ª Vara Criminal de Londrina concedeu a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático dos cinco investigados. Os dois agentes públicos foram afastados das funções e podem responder por corrupção passiva, falsificação de documentos e organização criminoso.