SEGUNDA, 13/05/2019, 06:40

Além do atendimento ruim, a falta de médicos na rede municipal de saúde vem causando outro problema, a insegurança para os profissionais

Mas não é a violência das ruas, a superlotação e a insatisfação dos pacientes vêm gerando um clima de tensão dentro das unidades que, segundo médicos e enfermeiros, só piora a cada dia.

A insegurança não vem de fora, da rua. Muito pelo contrário, está na recepção ou até em espaços de circulação restrita das Unidades de Saúde, como salas de atendimento e consultórios. O Presidente do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná, Alberto Toshio, explica que a falta de médicos em quantidade proporcional à demanda da população vem provocando situações, que, se não são exatamente uma novidade, se tornaram um problema para quem trabalha nas unidades de saúde da cidade.

Com a superlotação nas UPAs e em algumas UBSs que funcionam no esquema de 16 horas, casos de pessoas questionando o trabalho dos profissionais, de maneira agressiva, a escala dos médicos e até interrompendo atendimentos em áreas restritas são cada vez mais comuns e vêm deixando o clima tenso nas unidades de saúde, diz o presidente do Sindicato dos Médicos.

Alberto Toshio diz que o problema foi relatado, na semana passada, durante uma Reunião Pública na Câmara de Vereadores, que além do presidente do Sindicato dos Médicos, contou com a participação do secretário de Saúde do Município, Felippe Machado, e representantes do Conselho Municipal de Saúde; Conselho Regional de Medicina e Conselho Regional de Enfermagem.

O presidente do Sindicato dos Médicos fala em atendimento desumano, onde não existe sequer previsão de quando o paciente vai ser atendido e reconhece que as reclamações da população são justas. Segundo Alberto Toshio, as 54 Unidades Básicas de Saúde têm hoje apenas dois ginecologistas e dois pediatras, mas a falta de servidores não se resume a essas duas profissões. O médico diz ainda que como não há profissionais em quantidade suficiente nas UBSs, as UPAs acabam sobrecarregadas.

O médico afirma ainda que apresentou, durante a reunião pública na Câmara, algumas medidas simples de serem implantas, que podem facilitar a vida de todos, profissionais e principalmente pacientes, entre elas a instalação de painéis eletrônicos nas unidades.

O secretário de Saúde, Felippe Machado, afirma que os painéis devem ser instalados em, no máximo, 40 dias, por meio de uma parceria entre a Codel e uma empresa da área. Segundo Machado, a Secretaria também está reordenando a escala de médicos nas unidades.

Comentários