Um cenário em que se misturam pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrãnia e um processo eleitoral polarizado que está só começando. Apesar disso, a expectativa da construção civil londrinense é de uma retomada firme da economia nacional, mesmo com o cenário macroeconômico mundial enfrentando uma série de percalços.

Dados divulgados pelo Sinduscon Norte Paraná mostram que em 2021 o setor registrou o melhor desempenho dos últimos 11 anos. A construção civil ficou à frente de todos os outros setores da indústria no ano passado. Além disso, o PIB do segmento teve alta de quase 10% no quatro trimestre de 2021, mais que o dobro do PIB brasileiro no período.

Na região Sul, por exemplo, o aumento na venda de unidades habitacionais foi de pouco mais de 8%.

O presidente do Sinduscon Paraná Norte, Sandro Nóbrega, explica que os bons resultados de 2021 se devem, principalmente, à queda geral nos preços dos imóveis e à demanda reprimida do começo da pandemia.

Nóbrega diz que, apesar do ambiente externo desfavorável, com o conflito na Europa e seus impactos no mundo, e da alta dos juros nos financiamentos habitacionais, que passou de 6,5% para 9%, o setor deve seguir crescendo em 2022.  A previsão de investimentos em obras públicas e privadas é mais um motivo para esse otimismo do segmento.

Apesar da confiança e da demanda aquecida já no início do ano, afirma o presidente do Sinduscon, a guerra no leste europeu voltou a mexer com todos os mercados e com os preços dos insumos, uma das principais dificuldades da construção civil nos últimos anos.

O último levantamento feito pelo Sinduscon mostra que as construtoras e incorporadoras da região devem destinar quase R$ 5 bilhões, nos próximos anos, para a construção de moradias populares e unidades de alto padrão.