Após corte de bolsas, UEL teme pela extinção de pesquisas e vagas para cursos de pós-graduação em Londrina
Mais de 5.600 bolsas de mestrado e doutorado foram fechadas pelo Governo Federal em todo o país. Orçamento de agência de fomento previsto para o próximo ano também foi cortado pela metade.
A Universidade Estadual de Londrina está preocupada com o corte de 5.613 bolsas de mestrado e doutorado que iriam ser ofertadas pela Capes, a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal e Nível Superior, entre este mês e fevereiro do próximo ano em todo o país. A decisão foi anunciada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira. A diretora de pós-graduação da UEL, Silvia Meletti, afirma que ainda não dá para mensurar o impacto dessa decisão para a instituição, mas garante que ele será gigantesco. Tanto é que, conforme ela, nenhuma bolsa vai ser ofertada mais pela universidade este ano.
Na avaliação da diretora, o corte de bolsas prejudica a chamada democratização do ensino superior, uma vez que é só por meio desse incentivo que muitos alunos de classes sociais mais baixas conseguem ingressar nos cursos e nas pós-graduações.
A professora lamenta, ainda, a possibilidade de a situação ser ainda pior no próximo ano, lembrando que o orçamento de 2020 da Capes já foi reduzido em mais de 50% pelo governo. Silvia lembra também que a série de decisões prejudica não só os alunos, mas também o andamento das pesquisas científicas das instituições de ensino.
Em nota, o governo argumenta que precisou fazer o corte para conseguir custear as bolsas em andamento. Vale lembrar, entretanto, que o mesmo governo já havia bloqueado 6.198 bolsas no primeiro semestre deste ano. Com a decisão, pelo menos 544 milhões de reais deixarão de ser investidos nos próximos quatro anos.