QUINTA, 05/08/2021, 17:02

Após destruição durante incêndio em aldeia de Londrina, famílias que perderam tudo voltam para reserva Apucaraninha, em Tamarana

Apenas uma delas resolveu continuar na cidade e recebeu abrigo provisório e cesta básica da Secretaria de Assistência Social. Prefeitura diz ainda que ocupação dos indígenas é irregular.

Pelo menos seis famílias de indígenas que ocupam um fundo de vale às margens da avenida Dez de Dezembro, ao lado do Centro de Referência, Memória e Cultura Kaingang, na zona sul de Londrina, perderam absolutamente tudo durante o incêndio que atingiu a aldeia na noite de quarta-feira (5). Nesta quinta (6), logo pela manhã, agentes da Defesa Civil estiveram no local analisando a situação e os eventuais riscos trazidos pelo acidente aos moradores. Foi possível confirmar que seis barracos de madeira foram completamente destruídos pelo fogo.

Apenas uma das famílias atingidas continuava na ocupação, considerada irregular pela prefeitura. As outras cinco já tinham retornado à Reserva Apucaraninha, em Tamarana, local onde moram. A família remanescente foi atendida pela Secretaria de Assistência Social, que providenciou abrigo provisório e uma cesta básica para ela. Em nota, o município confirmou a ajuda e lembrou que continua acompanhando o processo judicial de retirada dos indígenas da área, que é "um fundo de vale e não pode ser ocupado". A prefeitura garantiu ainda que está fazendo um projeto para a reconstrução do centro cultural, que, no passado, servia de casa de passagem aos indígenas das reservas da região.

A Funai, Fundação Nacional do Índio, também se manifestou por meio de nota, durante a tarde desta quinta-feira, informando que acompanha o caso por meio da unidade descentralizada do órgão em Guarapuava. O comunicado confirmou que dois indígenas se queimaram durante o incêndio enquanto tentavam salvar alguns pertences. Eles precisaram de atendimento do Samu, mas foram liberados logo em seguida com ferimentos nas mãos e nos braços.

Por fim, a Funai informou que orientou o grupo afetado a retornar à Reserva Apucaraninha, em Tamarana, "local em que residem", e que também "tem realizado tratativas para a disponibilização de roupas, agasalhos, cobertores e alimentos à comunidade".

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