QUARTA, 02/08/2023, 17:19

Assistente de acusação apresenta laudo que comprovaria suposto estupro cometido por policial militar contra moradora de rua em Londrina

Exame comparou material genético do suspeito com o recolhido das partes íntimas da vítima. Defesa pretende contestar resultado.

O advogado Mauro Martins, que representa as duas mulheres que denunciaram um policial militar por estupro em Londrina, em janeiro deste ano, apresentou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), o resultado de um laudo que, no entendimento dele, comprovaria o abuso sexual cometido contra pelo menos uma das vítimas. O exame, segundo o advogado, comparou o material genético recolhido de uma escova de dentes do suspeito com o chamado swab vaginal da mulher, que passou pela coleta logo após denunciar o caso. Por meio dessa comparação, segundo Martins, foi possível constatar a existência do material do policial nas partes íntimas da denunciante. O advogado lembrou ainda que, para a realização do laudo, a Justiça precisou expedir um mandado de busca e apreensão para que objetos pessoais do PM fossem recolhidos, uma vez que ele se recusou a ceder por conta própria material genético para a comparação.

O policial está preso desde o dia 18 de janeiro deste ano. Ele é acusado de abuso sexual contra as duas mulheres, que seriam moradoras de rua, e de importunação sexual contra uma terceira vítima. Os crimes teriam sido praticados em um mocó na rua Belém, na área central de Londrina. Durante as investigações, a polícia ouviu as vítimas e também testemunhas, que alegaram ter sido ameaçadas pelo acusado. As equipes também tiveram acesso a imagens de câmera de segurança que mostram o policial fardado entrando no mocó no dia em que um dos supostos abusos teria sido registrado.

Com o resultado do laudo, vai ser possível realizar a audiência de instrução do caso. A sessão foi agendada para o dia 21 de setembro. O policial também responde criminalmente pelo outro suposto estupro e, na Vara Militar de Curitiba, por importunação sexual.

Por meio da defesa, o policial sempre negou as acusações e afirmou estar sendo vítima de perseguição por conta do trabalho que estaria realizando contra o tráfico de drogas. Já em relação ao laudo divulgado pelo assistente de acusação, os advogados do PM informaram, em nota, que vão solicitar para que um especialista faça uma análise do laudo, uma vez que, segundo eles, o Instituto de Criminalística já havia destacado que não havia material genético, ou seja, sêmen, no swab vaginal da vítima.

Por Guilherme Batista

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