A Câmara Municipal de Londrina recebeu, em 2021, um projeto, de autoria da prefeitura, que prevê a doação de uma área de 9 mil metros quadrados para uma empresa que trabalha com a fabricação de churrasqueiras na cidade. Era para ser mais uma proposta visando a ampliação do potencial industrial do município, certo? Mas, neste caso, chama a atenção o fato de a empresa já estar instalada no referido terreno. A Indústria e Comércio de Churrasqueira Gaúcha recebeu a área em 2006, depois da aprovação de um projeto de lei. Em 2008, a prefeitura precisou enviar uma segunda matéria ao Legislativo, reforçando a doação à empresa, que, na época, corria o risco de perder o benefício por não conseguir colocar em prática todas as contrapartidas estabelecidas em contrato.

De lá para cá, a empresa ergueu um barracão de aproximadamente 4 mil metros quadrados e instalou a indústria, onde fabrica churrasqueiras e acessórios para churrascos, principalmente para revenda em lojas de departamentos, supermercados e lojas de utilidades. Porém, houve atrasos para obter licenciamentos ambientais e, mais uma vez, dificuldades para manter o número mínimo de empregos previsto como contrapartida nas duas leis anteriores. Por conta disso, a prefeitura precisou enviar o terceiro projeto de lei, que já recebeu pareceres favoráveis das comissões permanentes da Câmara.

Ou seja, os vereadores devem aprovar pela terceira vez a doação de um mesmo terreno para uma mesma empresa na cidade. A particularidade do caso chamou a atenção da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento de Doações de Bens Públicos do Legislativo, que fez uma visita à sede da empresa, no Parque Industrial Germano Balan, na zona norte, nesta segunda-feira (17).

O presidente da comissão, vereador Roberto Fu (PDT), disse que, apesar de tudo, a empresa continua funcionando normalmente no terreno e que, a princípio, o projeto em apreciação é necessário para a manutenção das atividades. O parlamentar também garantiu que, após a aprovação da matéria, vai ser preciso fazer um acompanhamento do caso para verificar se a indústria vai conseguir colocar em prática as novas condições estabelecidas. Conforme a matéria, não haverá ampliação da área construída, mas a empresa se compromete a manter em operação a fábrica por, no mínimo, mais dez anos na cidade. A indústria também terá de empregar ao menos 30 funcionários, de forma direta, ao longo dessa próxima década.

Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Londrina.