Carroceiros voltam a protestar contra o fim da atividade em Londrina
Prazo para que eles deixem de atuar com o serviço no município vence no final do ano. Trabalhadores também acusam Sema de realizar apreensões injustificadas e vender os animais.
Dezenas de carroceiros realizaram um protesto em Londrina nesta terça-feira (22). Os trabalhadores se reuniram na Praça Tomi Nakagawa, no centro da cidade, e foram até o Centro Cívico, onde se manifestaram contra o decreto que proíbe a atividade exercida por eles no município. A decisão da prefeitura é de 2018 e o prazo de cinco anos que os carroceiros têm para deixarem de atuar com o serviço vence em dezembro. A categoria também protestou contra a apreensão de cavalos que, segundo os trabalhadores, tem sido realizada pela Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) sem nenhuma justificativa. Os carroceiros também dizem que o município tem vendido os animais.
A última apreensão aconteceu na semana passada no jardim Bandeirantes, na zona oeste, e afetou diretamente o trabalho do carroceiro Hélio Roque, que atua com a atividade na cidade há mais de 20 anos.
A atitude da Sema e do vereador Deivid Wisley, que é da causa animal e tem um projeto de lei que reforça a proibição da atividade na cidade, também foi criticada pelos carroceiros Giuliano Oliveira, que preside a associação dos trabalhadores, e Lucas Roberto Santana.
Procurado pela CBN, o vereador explicou que, em relação à apreensão da semana passada, o cavalo foi levado porque a carroça do trabalhador estava sem placa.
Já sobre a proibição da atividade, Wisley destacou que a utilização dos cavalos para puxar as carroças configura uma situação de maus-tratos, que muitos animais são abandonados quando ficam doentes ou mais velhos, e que já passou da hora de a prática ser extinta no município.
Atualmente, a cidade conta com 120 carroceiros, que temem ficar sem trabalho depois do final do ano. O vereador garantiu que o projeto dele prevê a substituição dos cavalos por motos elétricas, e que já está conversando com a prefeitura para levantar meios de custear os veículos aos trabalhadores.
Por meio de nota, o Núcleo de Comunicação da prefeitura informou apenas que, após o protesto, os carroceiros foram recebidos pelo prefeito Marcelo Belinati, e que, dentro da legalidade, o município buscará soluções para atender o grupo.