SEGUNDA, 18/11/2019, 19:20

Com potencial de destinar quase R$ 17 milhões para programas sociais, Londrina não repassa nem 4% desse valor

Para conselheira da Fiep, resultado mínimo é reflexo do desconhecimento do contribuinte londrinense, que ainda não sabe que pode fazer o encaminhamento de parte do Imposto de Renda para esses fundos de amparo social. Prazo para destinação termina em dezembro.

A destinação de parte do Imposto de Renda para programas sociais ainda passa longe de ser realidade em Londrina. No ano passado, por exemplo, a cidade tinha o potencial de destinar quase R$ 17 milhões a esses fundos, isso se levarmos em conta às cerca de 40 mil declarações apresentadas ao Leão. Mas, na prática, apenas 547 mil reais foram repassados, menos de 4% do valor. O levantamento foi feito pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial da Fiep, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

A conselheira responsável pela análise, Gisela Aparecida Fonseca, que também é contadora, lembra, ainda, que todo o valor foi destinado por pessoas físicas, que agiram ou dentro do ano fiscal, até 30 de dezembro, quando é permitido que sejam doados até 6% do valor do imposto, ou na época da declaração, entre os meses de março e abril, quando a destinação fica limitada em até 3%. Por isso que, na avaliação dela, é importante que o contribuinte valide a destinação ainda este ano.

E para essa validação, de acordo com a conselheira, o contribuinte precisa começar escolhendo para qual fundo vai destinar. Gisela explica que é possível ajudar tanto programas municipais, como o Futuro Criança, quanto nacionais, como o Pronon, de Apoio e Atenção Oncológica, e a o Pronas, de Apoio e Atenção às Pessoas com Deficiência.

No ano passado, dos 179 mil reais destinados até dezembro, por exemplo, 121 mil reais foram para o fundo municipal da criança e do adolescente. Outros 20 mil foram para o fundo dos idosos; 36 mil para o Ministério da Cultura; e apenas 460 reais para o Pronas. O fundo do esporte, por exemplo, não recebeu nenhum centavo.

Já em relação às pessoas jurídicas, que podem destinar até 1% do valor do imposto, Gisela destaca que nenhuma empresa da cidade fez o repasse no ano passado. Para ela, essa falta de participação só reflete o desconhecimento tanto das pessoas físicas como das jurídicas, que ainda não sabem que o repasse vai sair de um valor que, necessariamente, vai precisar ser repassado por meio do Imposto de Renda.

Por Guilherme Batista

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