Condenado por perturbação de sossego, deputado federal Boca Aberta tem pedido de prisão expedido e revogado no mesmo dia em Londrina
Ele é acusado de invadir a UPA do jardim do Sol e ofender servidores em janeiro de 2017. Parlamentar se diz perseguido politicamente.
A Vara de Execuções Penais de Londrina, na figura do juiz Katsujo Nakadomari, revogou no início da tarde desta segunda-feira (30), o mandado de prisão que estava em aberto contra o deputado federal Emerson Petriv, mais conhecido como Boca Aberta, do PROS. Na decisão, o magistrado argumenta que o acusado exerce o cargo de parlamentar no Congresso Nacional e, por isso, teria foro privilegiado. O pedido de prisão tinha sido oficializado pelo Poder Judiciário no período da manhã. Ou seja, o processo foi expedido e revogado num intervalo de poucas horas. O mandado de prisão tinha relação à condenação de Boca Aberta por perturbação de sossego, no processo em que ele é acusado de invadir a Unidade de Pronto Atendimento do Jardim do Sol em janeiro de 2017. Durante o episódio, segundo as investigações, o deputado, que na época era vereador em Londrina, tinha ofendido servidores e atrapalhado as equipes no trabalho de atendimento dos pacientes.
O parlamentar foi condenado a 17 dias de prisão. O chamado trânsito em julgado do processo saiu no dia 22 de outubro, mas o mandado só pôde ser expedido após o término do período das eleições municipais, neste domingo.
Procurado pela CBN nesta segunda-feira, Boca Aberta se disse perseguido politicamente, citando uma possível parcialidade do Poder Judiciário na análise do caso. O deputado também garantiu que vai pagar uma multa referente à condenação, e que não há nenhum risco dele ser preso daqui para frente.
A decisão sobre a condenação de Boca Aberta também havia sido encaminhada pelo 5º Juizado Especial Criminal de Londrina para a Mesa Executiva da Câmara dos Deputados. A CBN entrou em contato com a assessoria de imprensa do Congresso, para saber se alguma medida administrativa poderia ser tomada contra o parlamentar, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.