A Comissão de Seguridade Social da Câmara Municipal de Londrina se reuniu com representantes das secretarias municipais de Saúde e de Educação nesta terça-feira (22) para discutir a possibilidade de ampliação do convênio firmado entre a prefeitura e o Espaço Escuta, que, atualmente, oferece atendimento a 87 crianças com déficit intelectual e transtorno global de desenvolvimento. São meninos e meninas que estão no espectro do autismo e recebem, por meio da instituição, uma atenção especial ofertada por uma equipe multidisciplinar, que é composta por psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neurologista e assistente social.

Para conseguir manter todas as atividades, o Espaço Escuta gasta, por mês, cerca de R$ 80 mil. Por outro lado, a entidade recebe apenas R$ 55 mil por meio do convênio que tem com a Secretaria de Saúde. Sem conseguir fechar as contas, a instituição pediu pela rescisão do acordo atual e o reequilíbrio financeiro do contrato. O poder público alegou, por sua vez, que precisa cumprir os valores previstos na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, não conseguiria aumentar o repasse.

Na reunião desta quinta, que também contou com a participação de representantes do Espaço Escuta e de pais e mães das crianças atendidas, foi sugerido o firmamento de um novo convênio entre a entidade e a Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de atender estudantes da rede municipal de ensino que necessitem de serviços de saúde especializados.

A proposta ainda deve passar por análise na prefeitura. Apesar disso, a presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, vereadora Lenir de Assis, do PT, avaliou o encontro de forma positiva e garantiu que o Legislativo vai continuar acompanhando a situação em busca de uma solução para o impasse.

A vereadora explicou por que, na avaliação dela, o Espaço Escuta teria condições de receber recursos tanto da área da saúde quanto da Secretaria de Educação.

Lenir de Assis também alertou que se a instituição realmente fechar as portas na cidade, as crianças até então atendidas por ela ficarão sem alternativas para a continuidade de um atendimento que já se mostrou tão importante ao longo dos últimos anos na cidade.

A CBN também tentou contato com a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal, atrás de uma resposta sobre quando esse possível convênio deve ser firmado, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.