Com a decisão da 3ª Vara do Trabalho de Londrina, no início da tarde os ônibus começaram a sair da garagem da TCGL, na Vila Recreio. Duas viaturas da PM e cerca de 20 policiais garantiam que a ordem judicial fosse cumprida. Apesar da grande quantidade de trabalhadores na frente da empresa não houve violência.

Alguns poucos mais exaltados gritavam palavras de ordem contra os colegas que decidiram trabalhar e chegaram a jogar água nos ônibus que saiam da garagem. No meio da tarde, a Pólicia Militar deixou a porta da empresa. Mesmo assim, os veículos continuaram saindo sem problema.

Na decisão, o juiz do Trabalho Ronaldo Piazzalunga, determina que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina, o Sinttrol, mantenha 50% dos ônibus circulando nos horários de pico, das 5h às 9h e das 17h30 às 19h, e 40% nos demais horários.

A Justiça do Trabalho definiu ainda que durante a realização da ExpoLondrina, que começa nesta sexta-feira e vai até 14 de abril, o Sinttrol mantenha 80% da frota nos horários de pico. A multa em caso de descumprimento da decisão é de R$ 50 mil por dia.

Na liminar, atendida parcialmente, o juiz determina também que a saída da garagem não seja bloqueada e ninguém seja impedido de entrar ou sair da empresa. A multa para cada funcionário que for impedido de trabalhar é de R$ 1 mil e de R$ 10 mil para cada ônibus que for retido na garagem.

O presidente do sindicato dos Rodoviários, João Batista da Silva, afirma que a categoria não tem mais onde recuar e diz que a empresa não está respeitando a negociação feita no ano passado. O presidente do Sinttrol diz que os 4% de reajuste salarial, que a Grande Londrina quer pagar como abono, são inegociáveis.

João Batista da Silva diz que a empresa também quer retirar a estabilidade dos trabalhadores até 2020 e que a categoria está insegura por conta da licitação para o transporte. O presidente do Sintrol afirma ainda que o sindicato vai cumprir a decisão judicial, mas não tem como obrigar ninguém a trabalhar. Na tarde desta quinta-feira, um recurso contra a liminar da Justiça do Trabalho já estava sendo preparado pelos advogados do Sinttrol.

No pedido à Justiça do Trabalho, a TCGL tinha solicitado que 85% da frota fosse mantida durante a greve e 100% no período da ExpoLondrina. A empresa também queria uma multa diária de R$ 200 mil.

O diretor da Grande Londrina, Paulo Bongiovanni, diz que a empresa não tem mais como avançar na proposta, que segundo ele é melhor que a da LondriSul, que já fechou acordo com os funcionários.

Bongiovanni diz que a greve é legítima e que espera bom senso da categoria para acabar com a paralisação. Sobre a circulação dos ônibus durante a ExpoLondrina, o diretor diz que o planejamento da empresa segue a decisão da Justiça do Trabalho.

Para tentar dar um fim à greve, nesta sexta-feira às 9h será realizada mais uma Audiência de Conciliação na 2ª Vara do Trabalho.