Na primeira vez em que se sentou no banco dos réus após ter seu acordo de colaboração premiada rescindido pela Justiça, Luiz Antônio de Souza optou pelo silêncio. O interrogatório do auditor fiscal e principal delator de um amplo esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná ocorreria na tarde dessa segunda-feira. (10). Ele seria ouvido pelo juiz Juliano Nanuncio, da 3º Vara Criminal de Londrina, em um processo que resultou da 3º fase da Operação Publicano, no qual Souza é acusado de integrar um núcleo de lavagem de dinheiro que, segundo o Ministério Público estadual, era comandado pelo ex-delegado do órgão em Londrina, José Luiz Favoreto.

O delator alegou que, por ter os bens bloqueados judicialmente, não possui condições de contratar um advogado. O defensor dele, Eduardo Ferreira, também é réu na ação que culminou no fim do acordo firmado com Souza e, por decisão do juiz Nanuncio, a dupla não pode manter contato.

Para o advogado de Favoreto, Walter Bittar, o silêncio de Luiz Antônio pode expor fragilidade na acusação do MP.

Já o promotor de justiça Jorge Barreto rebateu a declaração ao apontar que a denúncia também apresenta provas documentais.

O magistrado nomeou um advogado dativo que poderia representar Souza na audiência. Ainda assim, o delator não quis se manifestar. O advogado – Fernando Pelloso – preferiu não dar entrevistas. Procurado pela nossa reportagem, o defensor Eduardo Ferreira também disse que não iria se pronunciar. De acordo com o promotor, o juiz havia dado prazo para que Luiz Antônio de Souza constituísse um advogado.

Os outros 16 réus do caso prestarão depoimento em audiências marcadas para os dias 17, 18 e 19 deste mês. Perguntado sobre a estratégia da defesa de Favoreto, Walter Bittar disse que isso só será revelado no dia 19, data reservada para o cliente falar.