Quase um mês após a análise do orçamento de Londrina pela Câmara de Vereadores ter sido suspensa a pedido da própria prefeitura, o texto voltou a ser debatido pelo Legislativo local em uma reunião conjunta das comissões permanentes na última segunda-feira (17).

A matéria, no entanto, gera controvérsias. Das 12 comissões, apenas a de Defesa dos Direitos da Mulher e a de Direitos Humanos aprovaram a proposta. Outros quatro colegiados acolheram análise técnica da Controladoria da Casa e decidiram emitir um parecer prévio em que pedem para o Executivo mais esclarecimentos a respeito da peça orçamentária. No grupo de Finanças, um dos mais importantes quando se trata do orçamento, os parlamentares estão divididos e só irão definir na próxima segunda-feira (24) qual será a posição que irão adotar.

O presidente da comissão de Finanças, Jamil Janene, do PP, apontou que, pelo que projeta a Prefeitura de Londrina, as secretarias de Saúde e de Educação terão menos recursos em 2017 em comparação com 2016. A primeira perderia R$ 71 milhões; e a segunda, R$ 15 milhões. As perdas das duas pastas passariam de R$ 80 milhões.

A comissão de Justiça está entre as quatro que pediram para a administração de Alexandre Kireeff que esclareça pontos do orçamento. De acordo com o presidente do colegiado, Mario Takahashi, do PV, o Executivo reservou somente R$ 1 mil para o fundo previdenciário da Caapsml, que opera com déficit. O próprio superintendente da autarquia, Denilson Novaes, já havia revelado anteriormente que a prefeitura pode desembolsar R$ 5 milhões todo mês a partir do próximo ano para cobrir o rombo do fundo. Takahashi acrescentou que a própria Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017 havia previsto um aporte de até R$ 110 milhões na Caapsml.

Os questionamentos das quatro comissões serão enviados para a prefeitura até esta quarta-feira (19). Segundo Mario Takahashi, secretários de Kireeff que participaram da reunião de segunda-feira afirmaram que não há como remanejar recursos para a Caapsml. Para o presidente do colegiado de Justiça, a solução para os problemas no orçamento precisa ser imediata.

Procurado pela nossa reportagem, o secretário de Planejamento de Londrina, Daniel Pelisson, reconheceu que o debate sobre o orçamento se encontra “em ebulição”, mas ele alegou que estava em um compromisso e não poderia gravar entrevistas. O secretário declarou ainda que as questões levantadas pelos vereadores serão “pacificadas” pela prefeitura nesta semana.