Dezesseis de fevereiro de 2023. Nove e meia da manhã.

É o início de mais um atendimento da Guarda Municipal em Londrina. A dupla de agentes foi acionada para verificar a presença de moradores de rua em um imóvel abandonado na rua Amapá, na área central da cidade. O trabalho é gravado pela câmera corporal acoplada na farda de uma das componentes da equipe. O colega dela vai logo à frente. Caminha pelo mocó, mas nada é encontrado.

Dez de fevereiro. Cinco horas da manhã. A denúncia recebida dá conta de que um homem com mandado de prisão em aberto está na Unidade de Pronto Atendimento do jardim do Sol. Os guardas vão até o local e encontram o suspeito, que é revistado e, após a confirmação dos dados, preso pela equipe. A abordagem também é gravada.

Vinte e três de fevereiro. Oito e 38 da noite. Os guardas são acionados para atender uma ocorrência de ameaça na zona norte de Londrina. É o descumprimento de uma medida protetiva emitida no âmbito da Lei Maria da Penha. Um homem teria se aproximado da ex-esposa mesmo estando impedido pela Justiça. A equipe conversa com a vítima e encontra o suspeito fugindo pela rua. É o início de mais uma abordagem. E também de mais uma gravação.

Os trechos servem para ilustrar parte do dia a dia das equipes da Guarda Municipal em Londrina. A rotina de atendimentos de ocorrências diversas passou a ser documentada no início do mês passado, a partir da utilização das chamadas bodycams por parte dos agentes. A prefeitura investiu R$ 440 mil na aquisição de 24 equipamentos e coletes para a fixação dos aparelhos para todos os mais de 300 agentes. Mas apenas 12 aparelhos são usados por vez. Cada um deles é entregue a um dos componentes de cada equipe de plantão. Em 30 dias, 712 atendimentos foram gravados. O número corresponde a 80% de todas as ocorrências atendidas pelo setor operacional da GM. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (3), o secretário municipal de Defesa Social, Pedro Ramos, avaliou o processo, adotado após uma recomendação do Ministério Público (MP), de forma positiva, reiterando que as câmeras trazem segurança tanto para os abordados pelas equipes quanto para os próprios agentes.

Como os guardas também atuam na fiscalização do trânsito, todas as abordagens feitas em blitze são documentadas. As imagens ficam armazenadas em uma central montada na sede da GM para eventuais investigações e questionamentos. Ramos disse que o sistema pode ser ampliado, desde que haja investimento para isso. A ideia, conforme o secretário, é fazer com que todas as ocorrências sejam gravadas, e que também haja câmeras nas viaturas das equipes para documentar o vai e vem pela cidade.