Em relatório, Observatório de Gestão Pública diz que kits de material escolar entregues pela Secretaria Municipal de Educação são insuficientes para todo o ano letivo
Provocado por pais de alguns alunos, órgão de fiscalização também questionou critérios do município para a distribuição dos kits, uma vez que os estudantes em situação de vulnerabilidade social recebem a mesma quantidade de material que os demais.
O Observatório de Gestão Pública de Londrina finalizou recentemente um relatório de monitoramento sobre a distribuição de kits de material escolar para alunos da rede municipal de educação. No documento, já enviado à Secretaria Municipal de Educação, o órgão de fiscalização questiona a quantidade adquirida e a organização do município para a entrega dos itens aos estudantes.
Os trabalhos foram provocados por pais de alguns alunos, que procuraram o Observatório para reclamar da metodologia da secretaria para a distribuição dos kits, que custaram cerca de R$ 4,5 milhões aos cofres públicos. A principal reclamação gira em torno da quantidade do material distribuído. Cada criança recebeu dois cadernos grandes, uma caixa de lápis de cor, um lápis de escrever, uma tesoura sem ponta e um apontador com depósito. Alguns kits, para séries mais avançadas, também continham uma caneta esferográfica. De acordo a diretora de Controle Social do Observatório, Jacira Tonello, o kit fornecido passa longe de ser suficiente para atender o aluno durante todo o ano letivo.
A diretora destacou que muitos pais também reclamaram do fato de o município ter entregue os kits só depois deles comprarem todo o material escolar pedido em uma lista elaborada pela própria Secretaria de Educação.
O Observatório também questionou o critério do município para a distribuição dos kits, uma vez que os estudantes em situação de vulnerabilidade social, muitos cadastrados junto à Secretaria de Assistência Social, receberam a mesma quantidade de material que os demais.
Procurada pela CBN, a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal, disse que não há desabastecimento de material, lembrando que, até o momento, o município pagou apenas R$ 1,5 milhão aos fornecedores por parte do total de kits que, segundo ela, já foram distribuídos nas escolas. Ela garantiu que novos pagamentos vão ser realizados no decorrer de todo o ano, e que mais material deve ser enviado às escolas daqui para frente justamente para atender crianças que não têm condições financeiras de custear os próprios itens.