A delegada da Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, Rita de Cássia Camargo Lira, concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para detalhar os trabalhos da 3ª fase da Operação Luz Oculta, deflagrada para continuar a investigação contra uma empresa suspeita de fraudar licitações envolvendo a troca de lâmpadas na região oeste do Paraná. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos policiais em quatro departamentos da Prefeitura de Santa Terezinha do Itaipu, que teria feito uma das licitações no ano passado, e também na sede de duas empresas em Londrina e em Curitiba. A delegada explica que o escritório da terceirizada acusada de fraude fica na capital. Já a empresa de Londrina, conforme ela, teria participado do certame de forma indireta, uma vez que ficou responsável por fazer a destinação correta das lâmpadas trocadas.

Na licitação de Santa Terezinha, segundo as investigações, a empresa curitibana recebeu R$ 4,7 milhões para a troca do sistema atual por um mais moderno, composto por lâmpadas LED. A terceirizada é a mesma que fez a troca da iluminação em Foz do Iguaçu e recebeu cerca de R$ 10 milhões pelo serviço. Tanto em um como no outro processo, conforme a delegada, há indícios de direcionamento. De acordo com ela, a empresa foi escolhida mesmo sem cumprir todos os requisitos dos editais. Em relação ao certame de Santa Terezinha, o documento do Programa de Gestão de Resíduos Sólidos apresentado pela empresa não atenderia à Legislação. Há elementos, ainda, que mostram que a terceirizada seria de fachada e estaria em nome de “laranjas”.

Durante a operação, os policiais apreenderam notebooks, celulares e documentos. A investigação também já pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos envolvidos nas irregularidades. A operação fez, ainda, a apreensão de parte das lâmpadas instaladas. Conforme a delegada, os equipamentos devem passar por perícia.