TERCA, 01/02/2022, 19:33

Empresa responsável pela construção da nova sede do Samu questiona reequilíbrio financeiro do contrato e diz que pode abandonar a obra em Londrina

Em ofício enviado à prefeitura, construtora afirma que tem trabalhado no prejuízo há pelo menos um ano.

A empresa MTX Construções Ltda., responsável pela construção da nova sede do Samu, em Londrina, enviou um ofício à prefeitura na segunda-feira (31) questionando a análise feita pelo poder público em relação ao reequilíbrio econômico e financeiro do contrato fechado entre as duas partes para a execução dos trabalhos.

De acordo com o documento, a análise realizada pela prefeitura "se refere apenas ao primeiro pedido protocolado há um ano, somente sobre alguns itens iniciais da obra, sendo o resultado apresentado de forma obscura e de impossível conferência da empresa".

A terceirizada alega ainda que, durante este período, solicitou por inúmeras vezes a reanálise do pedido, e que essa solicitação foi tema de três reuniões realizadas com a administração municipal no último ano: uma em junho com o gestor do contrato; outra em 24 de setembro com os secretários de Saúde, Felippe Machado, e de Gestão Pública, Fábio Cavazotti; e a terceira, também com os secretários, em 24 de novembro, quando, conforme a construtora, foi a exposta a necessidade do reequilíbrio para a continuidade das obras. Durante o encontro, ainda conforme o ofício, os representantes da construtora informaram que estariam gastando até 250% a mais do que o previsto em "itens pontuais" utilizados na execução dos trabalhos.

A empresa argumenta, ainda, que os preços apresentados em outubro de 2019, quando a licitação foi realizada, não refletem mais a realidade do mercado, e que estaria operando no prejuízo há pelo menos um ano por conta disso. A terceirizada também anexou no documento uma tabela que traz o preço da tela soldada, utilizada na execução dos trabalhos. Neste caso, a empresa estaria pagando R$ 21,18 pelo quilo do material, 172,5% a mais na comparação com os R$ 7,77 pesquisados na época da elaboração da proposta.

A construtora reitera ainda que chegou ao seu "limite de suporte", e que se o reequilíbrio não for refeito pela prefeitura, levando em conta todos os itens listados em contrato, ela pretende pedir pela rescisão do acordo e, consequentemente, abandonar a obra.

A construção da nova sede do Samu está orçada em R$ 4,5 milhões e, de acordo com o último prazo da prefeitura, deve ser entregue até abril deste ano.

A CBN entrou em contato com o secretário municipal de Planejamento, Marcelo Canhada, para repercutir o ofício apresentado pela construtora, mas ele preferiu não gravar entrevista. O secretário disse apenas que a prefeitura deve se reunir nos próximos dias para analisar o pedido feito pela empresa, e que a terceirizada está no direito dela de solicitar o reequilíbrio do contrato.

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