QUARTA, 07/07/2021, 16:19

Empresário londrinense acusado de chefiar esquema de fraudes contra o DPVAT é condenado a 11 anos de prisão

Segundo as investigações, pelo menos 500 pessoas teriam sido lesadas pelo acusado, que foi preso nos Estados Unidos pela Interpol em 2018 depois de mais dois anos foragido. Atualmente, ele responde às acusações em liberdade.

O empresário londrinense Márcio Rodrigo Cantoni foi condenado a onze anos de prisão em regime fechado, esta semana, acusado de chefiar um esquema que, segundo as investigações, aplicou fraudes contra vítimas de acidentes de trânsito que estavam atrás da liberação do Seguro DPVAT. A decisão é da juíza Claudia Andrea Bertolla Alves, da 5ª Vara Criminal de Londrina, e corresponde a apenas um dos dez processos judiciais que têm como alvo o esquema fraudulento.

As investigações tiveram início em 2016, depois que o Gaeco deflagrou uma operação para desbaratar o esquema. Na época, foi divulgado que a empresa de Cantoni teria clientes espalhados por todo o país, e que pelo menos 500 deles teriam sido lesados. Segundo as investigações, as vítimas davam entrada no DPVAT por meio da empresa, que, por sua vez, desviava os recursos obtidos com os seguros.

Na condenação desta semana, a juíza também mantém bloqueados os bens de Cantoni e de um advogado dele que teria participação no esquema. Ela ressalta, entretanto, que as vítimas precisam entrar com ações cíveis contra os acusados para o pagamento de possíveis indenizações.

Atualmente, Márcio Rodrigo Cantoni responde às acusações em liberdade e, apesar da condenação, terá o direito de recorrer da decisão fora da prisão. Vale lembrar que, após a descoberta do esquema, o empresário fugiu para o Estados Unidos, onde foi preso pela Interpol em dezembro de 2018.

Depois disso, ele voltou para o Brasil, mas seguiu foragido até dezembro de 2019, quando foi detido em um resort de luxo em Minas Gerais. Na ocasião, ele chegou a oferecer R$ 5 mil aos policiais para não ser detido. Apesar de todo o trabalho e das acusações, Cantoni só passou cerca de um ano e meio preso. O empresário conseguiu a liberdade em abril deste ano, depois de a Justiça aceitar os argumentos apresentados pela defesa, de que a prisão onde ele se encontrava sofria com um surto de coronavírus.

Já sobre a condenação judicial, os advogados se manifestaram por meio de nota, garantindo que vão recorrer da decisão. A defesa argumenta que a sentença vai na contramão das "provas produzidas" ao longo das ações penais, e que ela faz "juízo de valor baseado em presunção" do processo.

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