QUARTA, 01/06/2022, 17:12

Entre janeiro e maio deste ano, prefeitura repassou quase R$ 10 milhões às empresas do transporte coletivo para custear passagem a R$ 4,00 em Londrina

Levantamento feito pela CMTU mostra ainda que o número de passageiros do sistema voltou a subir nos últimos meses. Aporte financeiro do ano passado foi alvo de investigação na Câmara de Vereadores, que vai apresentar o relatório final dos trabalhos nesta quinta-feira.

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) divulgou nesta quarta-feira (1º) um relatório com os valores que o poder público precisou repassar às empresas do transporte coletivo, entre janeiro e maio deste ano, para custear a passagem de ônibus a R$ 4,00 na cidade. O levantamento foi feito pela CMTU a pedido da RPC.

Segundo a CMTU, os valores são referentes ao chamado custeio do serviço. Em janeiro, a TCGL recebeu R$ 2,683 milhões e a Londrisul, R$ 1,336 milhão. Já em fevereiro, foram repassados R$ 2,041 milhões à primeira empresa e R$ 1,034 milhão à segunda. Em março, abril e maio, a Grande Londrina recebeu R$ 916 mil, R$ 1,204 milhão e R$ 277 mil do poder público, respectivamente. Já os valores repassados à Londrisul nos últimos três meses, segundo a CMTU, ainda "encontram-se em análise".

Ou seja, entre janeiro e maio deste ano, as empresas receberam, pelo menos, R$ 9.492.673,31 da prefeitura para custear a passagem a R$ 4,00 em Londrina. Foram repassados R$ 7,122 milhões à TCGL e R$ 2,370 milhões para a Londrisul, sem considerar os valores que ainda continuam sendo levantados pela companhia.

Em entrevista à CBN nesta quarta-feira, o diretor de Transportes da CMTU, Wilson de Jesus, explicou que, pela última planilha de custos do serviço, a passagem de ônibus deveria custar R$ 5,45 na cidade. Entretanto, como a prefeitura decidiu subsidiar a tarifa a R$ 4,00 neste ano, de acordo com ele, o poder público está precisando bancar a diferença, ou seja, R$ 1,45, de cada passagem emitida pelo sistema.

Há ainda, conforme o diretor, previsão de custos com as chamadas gratuidades do sistema. O custeio para esses públicos, no entanto, segundo ele, ainda continua em fase de análise na companhia.

Para bancar a passagem de ônibus a R$ 4,00 na cidade, a prefeitura pretende repassar cerca de R$ 25 milhões às empresas até o final deste ano. A companhia também analisa pedido feito pelas concessionárias para o repasse de um novo aporte financeiro, que seria necessário para cobrir as perdas acumuladas por elas durante todo o ano passado por conta da pandemia de coronavírus. Em 2021, as empresas receberam R$ 20 milhões dos cofres públicos para dar conta do prejuízo acumulado em 2020. Já neste ano, elas pediram mais de R$ 30 milhões. Wilson de Jesus confirmou que a solicitação continua em análise e não estipulou prazos para a conclusão dos trabalhos.

Vale lembrar que o aporte financeiro do ano passado foi alvo de investigação na Câmara de Vereadores de Londrina. A comissão responsável pela apuração deve apresentar o relatório final dos trabalhos durante a sessão desta quinta-feira (2).

O levantamento feito pela CMTU a pedido da RPC também analisou a evolução no número de usuários pagantes do transporte coletivo entre 2019 e março deste ano. Enquanto que em 2019, antes da pandemia, de 2 a 3 milhões de pessoas usavam o serviço em Londrina mensalmente, em 2020, a partir do surto de coronavírus, o número se manteve abaixo do 1,5 milhão de passageiros, sendo que em abril ele chegou a 772 mil. O número voltou a subir a partir do meio do ano passado, chegando aos mais de 2 milhões de usuários pagantes em março deste ano.

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