O Governo do Paraná deve selecionar empresas para realizar a gestão de 27 escolas estaduais, a partir do ano que vem. O edital do projeto Parceiro da Escola foi divulgado no mês passado. 

De acordo com o documento, a companhia escolhida por meio do credenciamento terá que fornecer kits de uniformes para os alunos, realizar serviços de limpeza, oferecer merenda, executar a manutenção da infraestrutura dos locais, como também deverá disponibilizar internet nas instituições.

Além disso, a empresa credenciada também ficará responsável por viabilizar um profissional, para cada colégio, para atuar como administrador geral. Este trabalhador, de acordo com o edital, deve ter formação ou especialização em gestão educacional. 

Outra atribuição da contratada será o acompanhamento pedagógico, em busca de atender às metas estabelecidas.

Com a medida, o Governo deve pagar às companhias selecionadas o valor de R$ 800,00 por matrícula. Em todo o Paraná, o investimento total com a ação deve ficar em torno R$ 17,5 milhões.

Ainda segundo o documento, para que a ação seja implantada e o contrato assinado, é preciso que a comunidade escolar aprove a proposta por meio de uma consulta. 

Quatro colégios estaduais de Londrina estão entre as unidades listadas no projeto. São as escolas Olympia Tormenta, Roseli Piotto, Lucia Barros Lisboa, que ficam na zona norte, como também a Rina Maria de Jesus, localizada no jardim Campos Elíseos, zona sul da cidade. Ao todo, os colégios somam cerca de 3.300 matrículas.

Para Bruno Garcia, diretor da APP Sindicato em Londrina, a ação vai representar um processo de privatização. Ele considera que a medida da pode trazer perdas na qualidade do ensino em algumas unidades.

Na avaliação do diretor, a medida abre precedentes para uma possível terceirização dos professores, no futuro. Ele diz que o Sindicato está se mobilizando.

A reportagem da CBN Londrina entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) que, em nota, informou que o projeto “não se trata de privatização — as escolas permanecem públicas, gratuitas e sem nenhum tipo de processo seletivo para a matrícula dos estudantes”.

O núcleo apontou ainda que as empresas selecionadas podem contratar trabalhadores terceirizados, mas que os concursados terão as vagas mantidas e vinculadas ao Estado.