SEGUNDA, 25/06/2018, 06:25

Estudo da Federação da Agricultura mostra que tabelamento elevou preços do frete no estado em até 105%

Levantamento da Faep também analisou as consequências da paralisação dos caminhoneiros nas principais cadeias produtivas da agropecuária do Paraná.

O tabelamento dos fretes, definido por uma resolução pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, ANTT, já tem reflexos na economia paranaense, como a elevação dos custos do transporte rodoviário no estado.

Os números são do estudo “Balanço e perspectivas para a agropecuária: efeitos pós-greve dos transportadores e a política de tabelamento de fretes”, elaborado pelo Departamento Técnico e Econômico da Federação da Agricultura do Paraná.

Os trajetos estudados foram os que ligam regiões produtoras de grãos ao Porto de Paranaguá, principal porta de saída de produtos com destino a outros países. Em alguns trechos, como no trajeto Cascavel-Paranaguá, o aumento foi de pouco mais de 105%. Já no trajeto Maringá-Paranaguá, o reajuste foi de 99%. De Ponta Grossa a Paranaguá, a alta passou de 50%.

A engenheira agrônoma da Faep, Ana Paula Kovalski, que participou do estudo, afirma que o aumento geral nos valores dos fretes vai ter impactos nos custos dos produtores e chegar ao consumidor. Mas os exportadores devem sofrer mais, já que o mercado externo não vai absorver mais esse custo e tem ainda outras opções de compra para o mesmo produto.

Além do custo do transporte, o levantamento analisou também as consequências da paralisação na agropecuária do estado, em setores como soja, milho, aves, suínos, bovino de corte e leite.

A pesquisadora da Faep afirma que no caso da avicultura e da suinocultura, além dos impactos logísticos da greve, outros fatores também contribuíram para complicar ainda mais o cenário do setor agropecuário, como a operação Carne fraca e os recentes embargos da Europa e China ao setor.

Para Ana Paula Kovalski, o tabelamento é prejudicial, porque a regulamentação atingiu apenas um setor e acabou causando um desequilíbrio na cadeia produtiva.

O estudo usou como referência o uso de um caminhão bi-trem de sete eixos, com capacidade para 38 toneladas. A metodologia usada no estudo considerou a obrigatoriedade de pagamento de frete de retorno, como determina a resolução da ANTT que regulamenta a tabela dos fretes.

Comentários