QUINTA, 23/11/2017, 19:24

Ex-estagiário que passou a senha da Justiça Federal para família de traficante é solto

Segundo delegado da PF, o estudante de direito, de 20 anos, a namorada e os irmãos dela, vão responder em liberdade pelo  crime de violação de sigilo.

O estudante de direito, de 20 anos, que tinha sido preso temporariamente na última segunda-feira, confessou que forneceu o login e a senha do sistema da Justiça Federal para a namorada, filha do traficante, e permitiu que ela repassasse os dados para os irmãos.

O delegado Elvis Secco, da Polícia Federal, afirma que não há indícios de que o ex-estagiário tenha recebido qualquer vantagem para fornecer as senhas e informações, nem de que faça parte da organização criminosa. Além do ex-estagiário, mais quatro pessoas são investigadas nesse processo.

De acordo com o delegado, a prisão temporária tinha o objetivo de colher novas provas e tomar os depoimentos dos cinco envolvidos no crime.

A operação Spectrum prendeu Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca”, tido pela PF como um dos maiores traficantes do Brasil. Foragido há 30 anos, ele preso no Mato Grosso em julho passado e está na Penitenciária Federal de Catanduvas, aqui no oeste do estado.

Segundo Elvis Secco, apesar de ter sido solto, o estudante de direito e os outros envolvidos podem voltar a ser presos se surgirem fatos novos.

Durante a investigação, a Polícia Federal detectou acessos ilegais ao processo criminal da operação Spectrum feitos em outros Estados e até mesmo no Paraguai.

De acordo com o delegado, os quatro envolvidos vão ser indiciados em pelo menos um crime, violação de sigilo, mas podem responder ainda, a depender das investigações, por organização criminosa.

De acordo com a PF, o acesso permitido pela senha do ex-estagiário era limitado a ações que tramitam no chamado nível de sigilo 1, que permite a visualização somente por usuários internos da justiça e as partes do processo.

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