TERCA, 14/03/2023, 18:27

Federação da Agricultura aponta prejuízo de R$ 600 milhões para a cadeia da soja com interdições na BR-277

Projeção da FAEP leva em conta os valores mais altos dos fretes para o transporte das cargas do grão até o Porto de Santos.

Os problemas na BR-277, que liga Curitiba ao porto de Paranaguá, e que sofreu mais uma interdição na madrugada de domingo, por conta de um novo deslizamento de terra, deve causar sérios prejuízos ao agronegócio do estado, é o que afirma a Federação da Agricultura do Paraná.

As projeções do Departamento Técnico e Econômico da FAEP mostram que, considerando apenas a logística da cadeia produtiva da soja e a necessidade do escoamento da safra pelo Porto de Santos, o custo dessa mudança pode passar dos R$ 600 milhões.

As projeções feitas pelos técnicos da entidade levaram em conta o cenário de interrupção total da BR-277 e o valor do frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, que custa R$ 4,86 por saca nos 600 quilômetros entre Cascavel e Paranaguá. No caso do grão exportado pelo Porto de Santos, que fica a mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 a saca, quase 60% mais caro.

O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, diz que os prejuízos vão muito além dos R$ 600 milhões e já estão ocorrendo em diversas frentes, uma delas é a chamada taxa de incentivo, uma espécie de prêmio pela qualidade do serviço prestado pelo porto.

O presidente da FAEP afirma ainda que diversos estudos mostram que a cada Real produzido pelo agronegócio outros cinco circulam pela economia. Segundo Ágide Meneguette, diversas cooperativas e negociantes de soja já têm escolhido enviar suas cargas por outros portos. Além de Santos, Santa Catarina tem sido mais uma opção.

A entidade diz ainda que o estado é o maior exportador de frango do país e o terceiro de carne suína, duas importantes cadeias produtivas que também devem ser fortemente impactadas pelas interdições na principal via de ligação ao Porto de Paranaguá.

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