SEGUNDA, 01/02/2021, 07:00

Federação da Agricultura elogia novo modelo de concessão dos pedágios, mas avalia que proposta precisa de ajustes

Para coordenador de Logística da FAEP, descontos nas tarifas podem ser maiores, além da inclusão de alguns trechos de duplicações que ficaram de fora do modelo apresentado.

O novo modelo das concessões de pedágio para o Paraná, divulgado há cerca de um mês, ganhou forte oposição dos deputados estaduais paranaenses, que decidiram formar uma Frente Parlamentar para debater a proposta, apresentada pelo Ministério da Infraestrutura ainda no fim do ano passado, após um estudo feito pela Empresa de Planejamento e Logística do Governo Federal.  De outro lado, deputados federais e algumas entidades do setor produtivo avaliam que o modelo é bem melhor que o atual e traz uma série de avanços.

O chamado modelo híbrido, defendido pela União, estabelece que a licitação terá como primeiro critério de avaliação o desconto na tarifa, que pode variar de 15% a 17%. Mas, em caso de empate vence quem pagar a maior taxa de outorga ao Governo Federal. E metade dela, de acordo com a licitação, deverá ser aplicada em obras no trecho ou na redução da tarifa. A outra metade vai para o caixa geral da União. Para os deputados estaduais, por exemplo, a taxa de outorga nada mais é que um imposto.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná, FAEP, vem acompanhando o tema há dois anos, desde que começaram as discussões sobre o novo contrato e o fim do atual, em novembro próximo. O coordenador de Logística da Federação, Nilson Camargo, diz que a entidade vê como fundamentais no novo modelo, e vem defendendo isso nos debates em que participa, a garantia da realização de algumas obras importantes e uma tarifa bem menor que a atual.

Nilson Camargo diz que que a proposta, de forma geral, agradou a entidade. Ele explica que o modelo de concessão apresentado é melhor que o contrato em vigor há mais de 20 anos e que tanto penalizou os paranaenses, mas ainda necessita de ajustes, como um desconto maior nas tarifas, que na avaliação dele poderia chegar a 25%.

Camargo afirma ainda que nas discussões da proposta, o Ministério da Infraestrutura adiantou que o aumento nos descontos das tarifas seria inviável, por conta da grande quantidade de obras de duplicação previstas.

Outro ponto que precisa ser corrigido, na avaliação da FAEP, é a inclusão de alguns trechos de duplicação que ficaram de fora da proposta. Ele diz que em comparação com o oeste do estado, por exemplo, a região norte está bem servida e já tem garantidas algumas novas duplicações, como a da 445.

O coordenador de Logística da FAEP diz que é um contrato longo, de 30 anos, e defende a continuidade na discussão da proposta.

O edital de concessão prevê a licitação de pouco mais de 3.300 quilômetros de rodovias estaduais e federais aqui no estado, divididos em seis lotes e com 42 praças de pedágio, 15 a mais que atualmente. Ainda de acordo com a proposta, a previsão é que em 10 anos sejam duplicados quase 1.900 quilômetros de estradas, um investimento total de R$ 42 bilhões.

O estudo prevê ainda que todas as praças de pedágio devem estar funcionando já no 2º ano do novo contrato. As audiências públicas do edital estão previstas para começar em abril e o atual contrato de concessão vence no dia 24 de novembro.

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