Funcionários de frigoríficos pedem mais segurança para trabalhar em meio à pandemia
Trabalhadores, que protestaram nesta quarta-feira em frente a empresas de Rolândia e Jaguapitã, afirmam que protocolos existem, mas não são seguidos e que há empresas que obrigam o funcionário a usar a máscara por até uma semana.
Os frigoríficos são um dos principais focos de propagação da Covid-19 no estado. Em entrevista recente à CBN Londrina, a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho aqui no Paraná, Margaret de Carvalho, afirmou que a maior preocupação atual do órgão era justamente com as 39 empresas do setor no estado, pelos mais de quatro mil casos registrados da doença e pela mão de obra intensiva, que geralmente se desloca de uma cidade para outra para trabalhar.
E para protestar contra a falta de cumprimento das normas de segurança contra a Covid-19, trabalhadores de frigoríficos de Rolândia e Jaguapitã se reuniram na porta de quatro das principais empresas aqui da região nesta quarta-feira. A categoria está mobilizada em todo o país e lançou inclusive o Dia Nacional em Defesa dos Trabalhadores de Frigoríficos. Em Rolândia, o protesto foi em frente às unidades do frigorífico Granjeiro, que tem 1.500 empregados, e da JBS, com 3.600 funcionários.
De acordo com Anderson Zanelato, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Arapongas e Rolândia, na JBS foram registrados dezenas de casos positivos, mais de uma centena de afastados e dois óbitos de empregados, mas ele acredita que os números devem ser maiores.
Segundo o presidente do sindicato, os protocolos de segurança existem, mas na prática não vêm funcionando. Entre os problemas, as aglomerações, a pouca quantidade de máscaras, que acabam sendo usadas por uma semana, e a baixa testagem.
Entramos em contato com o frigorífico Granjeiro, de Rolândia, e um representante da empresa informou que não teria havido protesto na porta da empresa. No caso da JBS, também instalada na cidade, não conseguimos contato.
Em Jaguapitã, o protesto dos trabalhadores dos frigoríficos foi pela manhã, em frente à JBS, que tem aproximadamente 1.300 empregados, e à Jaguafrango, onde cerca de 220, dos 3.200 funcionários já foram confirmados para a Covid-19.