TERCA, 09/07/2019, 14:47

Gaeco deflagra operação para prender empresários que tentaram fraudar fornecimento de uniformes escolares em Londrina

De acordo com as investigações, pelo menos 17 cidades foram vítimas de organização criminosa, que montava empresas de fachada para vencer licitações.

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado de Londrina deflagrou a Operação Cartas Marcadas nesta terça-feira para desbaratar uma quadrilha que, segundo as investigações do Ministério Público, fraudava licitações e  concorrências públicas municipais. Foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e vinte de busca e apreensão em cidades do Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina.

As investigações tiveram início em dezembro do ano passado, depois que funcionários da Secretaria de Gestão Pública de Londrina visitaram a cidade de Indaial, em Santa Catarina, para verificar as instalações de três empresas que estavam participando de uma licitação para o fornecimento de uniformes escolares para alunos da Rede Municipal de Educação. A visita foi agendada após investigação interna que apontou que as terceirizadas faziam parte de um mesmo grupo econômico. No município catarinense, os servidores descobriram que as empresas eram de fachada, e tinham as supostas instalações no mesmo prédio. Também ficou comprovado que elas não possuíam nenhum tipo de maquinário para a confecção dos uniformes. Com a constatação, o município excluiu as empresas do certame e repassou os indícios de irregularidades ao Ministério Público, como destaca o secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti.

As investigações conseguiram descobrir crimes envolvendo fraudes em licitações, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Segundo o Ministério Público, este grupo de empresários teria montado diversas firmas de fachada para participar das licitações. As terceirizadas, quase sempre, concorriam entre si, o que facilitava a escolha de pelo menos uma delas ao final dos certames. Até agora, foram identificados dezessete cidades em que a organização criminosa participou das concorrências.

Ainda conforme o Ministério Público, as empresas pertenciam a pessoas ligadas entre si, por parentesco ou por amizade, algumas, inclusive, com o mesmo representante. Dessa forma, o grupo conseguia violar o sigilo, fraudando a concorrência. Para o secretário de Gestão Pública de Londrina, a prática criminosa serve se alerta, e pra mostrar que o município precisa ficar atendo com o andamento das licitações.

Os mandados da Operação Cartas Marcadas foram expedidos pela Justiça de Telêmaco Borba. As buscas estão relacionadas a vinte pessoas ou empresas: oito delas em Indaial e uma em Joinville, em Santa Catarina; sete em Campo Mourão e três em Maringá, no Paraná; e uma em Várzea Grande, no Mato Grosso. A Justiça também suspendeu dez contratos das empresas do grupo, e as proibiu de participar de novas licitações. O prejuízo causado aos cofres públicos ainda não foi divulgado.Tentamos contato com o promotor responsável pelas investigações, Renato de Lima Castro, para saber mais detalhes do caso, mas não obtivemos retorno até o final da manhã desta terça-feira.

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