SEGUNDA, 05/06/2023, 16:04

Gaeco denuncia por concussão e falsidade ideológica policiais militares que teriam exigido R$ 10 mil em propina para não prender suspeito de tráfico de drogas em Londrina

Suspeitos também devem responder por peculato e violação de domicílio. Investigação foi realizada em parceria com a Corregedoria-Geral da PM e, em dezembro do ano passado, chegou a apreender armas de fogo e porções de drogas na sede da Rotam do 30º Batalhão da PM, onde os agentes estavam lotados.

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina apresentou denúncia nesta segunda-feira (5) contra quatro policiais militares que, em outubro de 2021, teriam exigido R$ 10 mil em propina e uma arma de fogo para não prender um suspeito de tráfico de drogas na cidade. Os agentes foram denunciados por concussão; peculato, que é quando o servidor público se aproveita do cargo que ocupa para obter vantagem indevida; violação de domicílio e falsidade ideológica. Os denunciados integravam as equipes da chamada Rotam, Rondas Ostensivas Tática Metropolitana, do 30º Batalhão de Polícia Militar. Atualmente, eles continuam trabalhando, mas não no referido grupo. A denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) vai tramitar na Vara da Auditoria da Justiça Militar.

O caso veio à tona em dezembro do ano passado, quando o Gaeco deflagrou uma operação para cumprir mandados, expedidos pela Justiça Militar, nas casas dos suspeitos e também na sede da Rotam, na zona norte. As equipes apreenderam dinheiro sem procedência e celulares nas residências dos policiais. Já na sede da Rotam foram encontradas diversas armas de fogo, entre elas uma submetralhadora de fabricação caseira, munições, incluindo de fuzil, porções de maconha, cocaína e crack e material usado para embalar e pesar a droga. Todo o material ilícito estava escondido no pelotão, em cima do telhado e até dentro do relógio de luz, e deve embasar a continuidade das investigações.

Em relação à denúncia já apresentada, o Gaeco descreve o pedido pelo pagamento de propina, que não chegou a ser efetuado porque no dia marcado os policiais foram acionados para atender uma outra ocorrência, e, também, a subtração de R$ 110 em dinheiro de uma outra vítima que estava no local da abordagem. Além disso, um dos PMs vai responder por falsidade ideológica por usar indevidamente sistemas da corporação para habilitar um celular que foi deixado com as vítimas para que elas entrassem em contato assim que tivessem arrecadado o dinheiro e a arma exigidos no cometimento dos atos criminosos. As informações foram detalhadas pelo coordenador do Gaeco em Londrina, promotor Jorge Barreto da Costa.

Na denúncia, o Gaeco pede para que os policiais devolvam os R$ 110 subtraídos na abordagem e, ainda, sejam expulsos da corporação.

A CBN não conseguiu contato com a defesa dos investigados. Nós também procuramos o comando do 30º Batalhão da PM, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta reportagem.

Por Guilherme Batista

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