SEGUNDA, 20/06/2016, 00:30

Indício de exploração de gás de xisto na região de Londrina preocupa entidades ambientais

O método utilizado na extração é considerado altamente nocivo à saúde humana. Vereadora quer barrar estudo geológico na cidade.

O nome parece complicado. Fraturamento hidráulico, ou fracking na expressão em inglês. Trata-se de uma técnica para extrair o gás de xisto, material que tem potencial energético. O tema tem mobilizado entidades ambientais e órgãos públicos em diferentes regiões do Paraná, já que o estado tem reservas do gás. Muita gente afirma que o fracking é altamente nocivo ao ambiente e à saúde humana. O coordenador de campanha da Coalizão Não Fracking Brasil, Reginaldo Urbano, esteve em Londrina na última semana. Ele contou que a tubulação para extrair o gás chega a 1.500 metros de profundidade e abrange três quilômetros na horizontal. Por esse canal passam milhões de litros de água, areia e 300 substâncias químicas.

Segundo o ativista, aí é que está o problema. A injeção de todos esses fluidos no subsolo pode contaminar mananciais importantes como o Aqüífero Guarani, que abrange praticamente todo o Paraná.

Além disso, para a Coalizão Não Fracking Brasil, esse método traz riscos eminentes para a saúde humana. Conforme Reginaldo Urbano, as substâncias liberadas através do fraturamento hidráulico podem afetar o sistema nervoso central, gerar problemas respiratórios e também têm potencial cancerígeno.

De acordo com Urbano, essa é a única maneira para explorar o gás.

O fato de a Agência Nacional do Petróleo já ter iniciado pesquisas geológicas no estado, inclusive no norte pioneiro, preocupa entidades como a Não Fracking Brasil. A ANP, por sua vez, garante que esse trabalho não tem qualquer relação com uma possível busca por gás de xisto e não agride o ambiente. Respostas que, para o ativista, não são verdadeiras.

Reginaldo Urbano esteve em Londrina para uma reunião sobre a proposta da vereadora Lenir de Assis, do PT, que quer barrar até mesmo possíveis pesquisas da ANP na cidade e também proibir o fracking. Depois do encontro, a parlamentar pretende reunir mais detalhes a respeito dos riscos dessa técnica e enviar o projeto para análise das comissões temáticas da Casa. Ainda não há prazo para que o texto possa ser votado.

Comentários