SEGUNDA, 14/12/2020, 06:45

Instituições de longa permanência interditadas pela Justiça ainda não terminaram de transferir todos os idosos em Londrina

Apenas uma delas foi totalmente desocupada, segundo o Ministério Público.

As três instituições de longa permanência que vão precisar fechar as portas em Londrina por conta de uma decisão judicial ainda não fizeram a transferência de todos os idosos atendidos. A informação foi confirmada à CBN pelo promotor de Defesa dos Direitos do Idoso, Miguel Sogaiar. De acordo com ele, apenas uma unidade, localizada no jardim Shangri-lá, foi totalmente desocupada. As outras duas, conforme o promotor, continuam com o trabalho de esvaziamento. Em uma delas, pelo menos oito idosos seguem sendo atendidos.

O promotor explicou que o trabalho de transferência está sendo acompanhado de perto pelas secretarias municipais de Saúde e do Idoso. As autarquias estão ajudando as instituições a entrar em contato com as famílias dos internados. A ideia é fazer com que eles fiquem nas casas dos parentes, mas, em alguns casos, segundo Sogaiar, os idosos não contam com familiares próximos e, por isso, estão tendo que ser realocados em outras instituições.

Ele lembrou que o prazo original concedido às instituições para a transferência de todos os atendidos já venceu, mas adiantou que, por ser um trabalho relativamente complexo, coube ao Judiciário adotar o bom-senso, e esperar que tudo seja finalizado o quanto antes.

A interdição das instituições de longa permanência, que pertencem a um mesmo grupo, é resultado de uma ação civil pública apresentada à Justiça pelo promotor em novembro do ano passado. Na época, ele fechou um Termo de Ajustamento de Conduta com a entidade para a resolução das irregularidades, mas o prazo venceu sem que os problemas fossem totalmente sanados. Sogaiar, então, precisou ajuizar a ação pedindo a suspensão das atividades, o que foi acatado pela 10ª Vara Cível de Londrina no início deste mês.

Entre os principais problemas encontrados, estão a falta de alimentos, poucos funcionários para atender todos os idosos e, especialmente, a ausência de medidas de contenção para evitar com que os atendidos contraíssem o coronavírus. Em uma das unidades, segundo a denúncia, houve o acolhimento de idosos de outras instituições sem a realização do devido isolamento preventivo. O promotor garantiu que acompanha a situação de outras unidades na cidade, e que, se for necessário, tomará novas medidas para garantir os devidos direitos aos idosos.

Por Guilherme Batista

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