QUARTA, 07/06/2023, 17:30

Integrantes da Reserva Apucaraninha voltam a fechar a PR-445, em Tamarana, em protesto contra o marco temporal na demarcação das terras indígenas

Rodovia ficou completamente bloqueada por cerca de duas horas e só foi liberada depois que STF adiou julgamento do caso.

Indígenas da Reserva Apucaraninha voltaram a bloquear a PR-445, em Tamarana, no norte do Paraná, durante a tarde desta quarta-feira (7), em protesto contra a aplicação do chamado "marco temporal" na demarcação de terras indígenas em todo o país. Eles já haviam protestado na última terça (30). A manifestação se soma a diversas realizadas Brasil afora por comunidades indígenas que se mostram totalmente contrárias à tese, uma vez que ela abre brecha para que terras atualmente protegidas sejam reivindicadas por terceiros. Caso o marco temporal seja liberado, os povos originários só vão poder garantir a posse de terras que já estavam ocupadas por eles na data de promulgação da Constituição de 1988. Ou seja, áreas sem a ocupação de indígenas ou ocupadas por outros grupos antes deste período não poderiam ser demarcadas.

Na PR-445, os manifestantes atearam fogo em pneus e, com faixas e cartazes com frases contra o marco temporal, dançaram impedindo o vai e vem de veículos. Nenhum princípio de confusão foi registrado. O trânsito ficou completamente bloqueado por cerca de duas horas, o que gerou congestionamentos quilométricos nos dois sentidos, e só foi liberado depois do adiamento do julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso ocorreu depois do pedido de vista do ministro André Mendonça, que quer mais tempo para analisar o caso.

Em entrevista à CBN, uma das manifestantes, Nyg Kaingang, que também integra a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, garantiu que os protestos vão continuar.

Por Guilherme Batista

Comentários