TERCA, 14/09/2021, 15:40

Juíza de Londrina disse que vai processar blogueiros que divulgaram críticas à participação dela nas manifestações contra o Supremo

Segundo a magistrada, houve distorção dos fatos. Repercussão começou após postagem de foto por uma procuradora federal

A polêmica começou por causa de uma foto postada nas redes sociais por uma procuradora federal. Na imagem, a juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Isabelle Papafanurakis Ferreira Noronha, aparece de peruca verde e amarela, máscara e camiseta com alusões ao Brasil. Abraçados ao lado dela, colegas seguram uma faixa onde se lê a frase “Supremo é o povo”, slogan que também foi usado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para pedir a destituição do Supremo Tribunal Federal. Muitos visualizadores da foto entenderam que a juíza estava manifestando simpatia aos defensores do fechamento do STF e teceram comentários negativos sobre ela nas redes sociais. Ela afirma que as interpretações são distorcidas. Por meio de nota, Noronha informou que registrou boletim de ocorrência por calúnia e difamação e ameaçou processar quem criticou sua participação no ato. Segue a nota na íntegra:
“Apenas tenho a declarar que já registrei boletim de ocorrência contra os responsáveis pelos crimes de calúnia e difamação contra minha pessoa, bem como pretendo processar criminalmente e civilmente todos que indevidamente estão utilizando meu nome p o cometimento de crimes contra minha honra e discurso de ódio, alterando a realidade dos fatos. No mais, o departamento jurídico da magistratura dará encaminhamento adequado à situação.”
Até a tarde desta segunda-feira, o Conselho Nacional de Justiça não havia recebido nenhuma denúncia contra o comportamento da magistrada. Noronha foi denunciada durante a campanha eleitoral passada por apoiar abertamente Jair Bolsonaro. No entanto, o processo foi arquivado, porque o provimento que disciplina as atividades dos magistrados nas redes sociais era recente, na época, e poderia não ter sido bem compreendido. 
O código de ética da magistratura registra que: “Ao magistrado impõe-se primar pelo respeito à Constituição da República e às leis do País, buscando o fortalecimento das instituições e a plena realização dos valores democráticos.”

A Lei Orgânica da Magistratura também veta exercício de atividade político-partidária.

A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Paraná e a Associação dos Magistrados do Paraná ainda não se manifestaram.
 

Por Livia de Oliveira

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