QUARTA, 25/05/2022, 18:30

Julgamento dos suspeitos de envolvimento na morte da menina Eduarda Shigematsu, em Rolândia, volta a ser adiado pela Justiça

Defesa do pai da criança, acusado de assassinar e enterrar o corpo dela, pediu pela reconstituição dos fatos, o que foi acatado pelo juiz. Avó de Eduarda também responde pela ocultação do cadáver da própria neta.

A Justiça voltou a adiar o júri dos suspeitos de envolvimento na morte da menina Eduarda Shigematsu, encontrada sem vida aos onze anos de idade enterrada nos fundos de uma casa em Rolândia, na região metropolitana de Londrina, em abril de 2019. O julgamento, que estava marcado para esta quinta-feira (26), sofreu novo adiamento após o juiz responsável pelo caso acatar pedido feito pela defesa de Ricardo Seidi, pai de Eduarda e que responde pelo assassinato e a ocultação do cadáver dela.

Os advogados do acusado, que está preso desde o crime, pediram pela reconstituição dos fatos ocorridos entre os dias em que Eduarda foi morta e, posteriormente, encontrada enterrada nos fundos da residência, que é de propriedade de Seidi. O juiz Alberto José Ludovico acatou a solicitação apesar das ressalvas apresentadas pelo Ministério Público (MP), que apontou que já se passou muito tempo desde o crime e que os locais dos acontecimentos sofreram alterações.

O juiz, por sua vez, afirmou ter acatado o pedido para garantir a "plenitude da defesa". Sobre o trabalho de reconstituição estar comprometido por conta do passar do tempo, o magistrado destacou que o processo, que contará com o trabalho especializado de um perito criminal, irá se ater apenas ao esclarecimento de dúvidas técnicas.

Os advogados de Seidi esperam que a reconstituição consiga trazer à tona questões relacionadas à versão do acusado, que confessa ter ocultado o cadáver da filha, mas nega o assassinato dela. Em depoimento, ele disse que encontrou a filha já morta no quarto de casa e que resolveu enterrar o corpo após entrar em desespero. A defesa trabalha com a possibilidade de Eduarda ter cometido suicídio. 

Ricardo Seidi será julgado por feminicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, uma vez que, segundo a polícia, sabia que a filha estava morta e, mesmo assim, procurou a polícia e até órgãos de imprensa para informar sobre o suposto desaparecimento dela.

Além do pai, a avó da menina, Terezinha de Jesus Guinaia, também responde por participação na morte de Eduarda, acusada de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ela chegou a ficar presa por cerca de dois meses, mas, atualmente, responde ao processo em liberdade. Terezinha sempre negou as acusações, garantindo que não sabia que a neta estava morta.

A data para a reconstituição dos fatos relacionados à morte de Eduarda Shigematsu ainda não foi definida. O julgamento só será remarcado após a realização dos trabalhos.

Por Guilherme Batista

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