A Justiça arquivou esta semana o inquérito que investigava a morte de Lucélia Pires Ferreira, de 56 anos, encontrada já sem vida às margens do rio Paranapanema, entre Porecatu e Alvorada do Sul, na região metropolitana de Londrina, em outubro de 2018. A polícia investigou se a morte dela poderia estar ligada de alguma forma ao esquema de desvio de recursos públicos do Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde a mulher trabalhava, mas a possibilidade foi descartada no decorrer do processo por falta de provas. Tanto é que o arquivamento do caso ocorreu a pedido do próprio Ministério Público (MP).

Lucélia foi apontada, na época dos fatos, como a chefe do esquema descoberto no HU. Conforme as investigações, a servidora atuava na fraude de documentos e processos de pagamentos de benefícios, e teria favorecido a empresa do genro em um dos contratos. Os desvios, segundo a polícia, teriam ocorrido entre 2016 e 2018, e gerado um prejuízo de 766 mil reais aos cofres do hospital, que é público. Um outro inquérito aponta para um desvio ainda maior, de R$ 1,2 milhão. Ou seja, ao todo, o esquema teria desviado quase R$ 2 milhões da instituição.

A morte de Lucélia sempre foi cercada por muito mistério. No dia em que o corpo dela foi encontrado no Paranapanema, a polícia localizou o carro da mulher nas proximidades. O veículo, no entanto, não apresentava nenhuma marca de arrombamento. Todos os objetos pessoais de Lucélia estavam dentro do carro. Na época, as informações foram confirmadas à CBN pelo então delegado de Homicídios de Londrina, Ricardo Jorge Pereira, que hoje responde pelo Gaeco.

Na conclusão das investigações, o afogamento foi apontado como a causa da morte da servidora. Não foi possível concluir, entretanto, se a situação foi causada por um acidente ou se Lucélia cometeu suicídio.