Justiça começa a ouvir testemunhas da Publicano 2
É a primeira Audiência de Instrução dessa fase da Operação, que é a maior delas com 125 réus e deve durar até o fim do ano.
A Audiência foi realizada na sala do Tribunal do Júri. Logo no início da sessão, um dos advogados solicitou ao juiz Juliano Nanuncio, responsável pelo caso, que não iniciasse os depoimentos e a fase de instrução do processo, baseado em um entendimento do Supremo Tribunal Federal que, segundo o advogado, impediria a continuidade de uma ação penal baseada apenas em uma delação premiada. Mas, após um rápido debate, o pedido foi negado pelo magistrado.
Foram os primeiros depoimentos da Publicano 2, que é a maior fase da Operação conduzida pelo Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Coube ao promotor Leandro Antunes fazer as perguntas às testemunhas. O primeiro a ser ouvido foi o contador Fernando Luiz Lapoli, que prestava serviços para uma das empresas que recebeu pedido de propina do esquema.
A Publicano 2 tem mais de 500 testemunhas, que serão ouvidas ao longo dos próximos meses. A previsão é de que as Audiências de Instrução só terminem em outubro. Nessa fase da operação, o Ministério Público narra mais de 124 fatos criminosos, que configurariam, segundo os promotores, crimes como corrupção e organização criminosa.
A segunda fase da operação começou em junho de 2015 e tem 125 réus. Um deles é o empresário Luiz Abi Antoun que, de acordo com o MP seria o "líder político" do grupo. Outro réu é o auditor Márcio de Albuquerque Lima, acusado de ser o líder do esquema entre os auditores.
No total, segundo informações do Ministério Público, o grupo teria movimentado mais de R$ 2,5 bilhões em propinas. Os depoimentos das testemunhas de acusação da segunda fase da Operação Publicano continuam nesta segunda-feira.