QUARTA, 12/04/2023, 14:59

Justiça concede liberdade a professor acusado de injúria racial, mas o afasta do cargo por seis meses em Ibiporã

Adolescentes afirmam ter sido ofendidas pelo docente em sala de aula. Advogada dele nega as acusações.

O professor da rede estadual acusado de injúria racial em Ibiporã, na região metropolitana de Londrina, foi solto após passar por uma audiência de custódia durante a tarde de terça-feira (11). A Justiça também determinou que o profissional fique afastado das funções por seis meses. Ele tinha sido detido na última segunda (10) depois de uma discussão com duas adolescentes, de 15 e 16 anos, dentro da sala de aula no Colégio Estadual Olavo Bilac. As alunas afirmam ter sido ofendidas pelo docente, que teria proferido declarações supostamente racistas relacionadas ao cabelo e à cor da pele das duas.

A Polícia Militar (PM) foi acionada e, diante das acusações, fez a prisão do professor, que foi encaminhado para a delegacia. Ele acabou sendo indiciado pelo crime de injúria racial. Em depoimento ao delegado Vitor Dutra, o soldado Rodrigo Peres da Silva, acionado para atender a ocorrência, detalhou o que ouviu no colégio após o princípio de confusão.

A CBN também conversou com a advogada do professor, Monique Lopes, que comentou a soltura do cliente e as imposições feitas pela Justiça para que ele responda ao crime em liberdade. Ela também disse que o princípio de confusão aconteceu durante uma discussão relacionada à grade curricular da turma, e, sem revelar detalhes, negou que o professor tenha ofendido as adolescentes.

Em nota, o Núcleo Regional de Educação de Londrina informou que já recebeu a decisão judicial "sobre as providências a serem tomadas junto à direção da escola no sentido de afastar o professor das atividades em sala". O órgão reforçou também "que procederá com investigação no âmbito administrativo e que a documentação necessária para abertura de sindicância está sendo providenciada". O procedimento, porém, segundo a nota, será conduzido em sigilo a fim de garantir o direito a ampla defesa e contraditório, bem como preservar os envolvidos, principalmente por envolver adolescentes.

Por Guilherme Batista

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