QUINTA, 01/09/2022, 18:12

Justiça condena todos os 13 réus da Operação ZR-3 por corrupção

Ex-vereadores Mário Takahashi e Rony Alves, acusados de chefiar esquema de mudança do zoneamento da cidade na Câmara, foram condenados, respectivamente, a sete e nove anos de prisão.

Na decisão, o juiz Délcio Miranda da Rocha, da 2ª Vara Criminal de Londrina, condenou os 13 réus da Operação ZR-3, que apurou um esquema de corrupção para mudanças no zoneamento da cidade, a penas que variam de dois a pouco mais de 14 anos de prisão, como no caso do servidor de carreira da Prefeitura por 25 anos e ex-diretor de Loteamentos da Secretaria Municipal de Obras, Ossamu Kaminagakura.

O ex-vereador Rony Alves, que seria um dos responsáveis por operacionalizar o esquema na Câmara, foi condenado a pouco mais de nove anos e meio de prisão. O também ex-vereador Mário Takahashi, outro acusado de pedir propina para alterar o zoneamento, foi condenado a pouco mais de sete anos de prisão.

Os fatos apurados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, ocorreram entre 2013 e 2017 e apontaram a existência de um organização criminosa, formada por empresários, pelos dois ex-parlamentares e por servidores municipais, que recebiam propina para facilitar essas mudanças.

Na decisão, o juiz Délcio Miranda da Rocha, condenou ainda o ex-secretário de Obras de Londrina, Luiz Guilherme Alho da Silva e o empresário do ramo imobiliário Vander Mendes Ferreira a sete anos e meio de reclusão.

Evandir Duarte de Aquino, ex-chefe de gabinete de Rony Alves, os empresários Brasil Filho de Souza e José de Lima Castro Neto foram condenados a cinco anos e meio de prisão.

O ex-secretário do Meio Ambiente Cleuber Moraes Brito e a ex-presidente do IPPUL Ignes Dequech Alvares, vão ter que cumprir três anos e seis meses de prisão. As menores penas ficaram para os empresários Antônio Carlos Gomes Dias, Homero Wagner Fronja e Júlio César Cardoso, condenados a dois anos de reclusão.

O promotor Jorge Barreto, um dos responsáveis pela Operação ZR-3, diz que, dos 13 réus, somente os que foram condenados a mais de oito anos vão para o regime fechado. Para o coordenador do Gaeco de Londrina a condenação de todo o grupo tem um papel didático, de inibir novos esquemas do tipo.

Ainda cabe recurso da decisão da 2ª Vara Criminal de Londrina. Em nota, o advogado de Mário Takahashi, Anderson Mariano, informou que vai recorrer da sentença, já que ela teria ignorado toda a instrução processual, que atestou de forma veemente, segundo o advogado, a inocência do ex-vereador.

O advogado Gabriel Bertin, que defende o ex-diretor de Loteamentos da Secretaria de Obras, Ossamu Kaminagakura, disse que não iria comentar a decisão. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos outros 11 condenados pela Justiça.

 

Com a colaboração de Guilherme Marconi.

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