SEGUNDA, 18/03/2019, 10:34

Justiça condena viúva de Janene em processo do Mensalão. Além dela, mais sete pessoas foram indiciadas

O ex-deputado, que morreu em 2010, foi o protagonista da primeira ação da operação Lava Jato

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, condenou a viúva do ex-deputado federal José Janene (PP) a sete anos e seis meses de prisão em regime semiaberto. Stael Fernanda Rodrigues de Lima foi sentenciada por um suposto esquema milionário de lavagem de dinheiro em processo decorrente do Mensalão.

Outras sete pessoas também foram indiciadas. Na lista, ex-assessores de Janene e doleiros. A filha dele, Danielle Kemmer Janene foi absolvida pela justiça, apesar de ter comprado um apartamento de luxo no valor de R$ 280 mil.

Na sentença, o juiz afirma que “na medida em que os valores repassados eram plenamente compatíveis com a capacidade econômico-financeira de José Janene (falecido), sobretudo considerando o cargo público que exercia e os empreendimentos privados que justificavam elevado padrão de vida, de modo que não é razoável imputar a Danielle (a filha) o dever de perscrutar ou de duvidar da suposta licitude da origem dos valores percebidos de seu pai".

Segundo a denúncia, o ex-parlamentar teria recebido mais de R$ 4 milhões em propina. Ainda de acordo com as investigações, foram movimentados mais de R$ 2 bilhões de reais nas três contas da esposa dele, entre janeiro de 2003 e junho de 2006. Para a Polícia Federal (PF), isso revela a prática de atos de lavagem de dinheiro, inclusive com relação a compras de imóveis, como fazendas. Os valores eram bem mais altos que os rendimentos dela.

Os envolvidos que tiveram condenação em regime fechado também respondem por outros crimes em outras investigações.

O juiz determinou ainda a devolução dos bens comprados com dinheiro considerado ilícito.

Janene morreu em 2010 e foi o protagonista da primeira ação da Operação Lava Jato, que completa, neste mês, cinco anos.

Não conseguimos contato com os advogados dos citados na reportagem.

Por Claudia Lima

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