O pedido foi feito pela própria Polícia Federal horas depois do início da Operação. Os delegados que conduzem a investigação entenderam que 16 dos 20 presos na terça-feira pela manhã não ofereciam risco à investigação. O Ministério Público Federal acompanhou o entendimento da Polícia Federal e se posicionou pelo fim da prisão temporária. Nenhum dos 16 liberados teve qualquer tipo de medida cautelar determinada pelo judiciário, como, por exemplo, o uso de tornozeleira eletrônica ou alguma restrição de deslocamento.

De acordo com a assessoria da Justiça Federal em Curitiba, os outros quatro investigados passaram pela audiência de custódia e continuam presos na delegacia da PF aqui de Londrina. O advogado Mário Barbosa, que defende o ex-diretor da UTFPR, Devanil Francisco, um dos que continuam presos, e o empresário de Maringá, João Nicolau, critica o fato de boa parte dos investigados terem sido presos pela manhã e soltos horas depois, para ele um indicativo da fragilidade das acusações.

Além de Devanil Antônio Francisco, também continua preso o ex-diretor de Administração e Planejamento, Sandro Rogério de Almeida. Segundo a assessoria da Justiça Federal em Curitiba, até o dia 17, sábado, quando vence o prazo do pedido de prisão temporária dos quatro, tanto a Polícia Federal quanto o Ministério Público precisam se posicionar sobre a prorrogação dela por mais cinco dias ou a mudança para a prisão preventiva. Caso contrário, todos serão soltos.

O advogado diz que pediu a revogação da prisão temporária do ex-diretor-geral, mas ela foi negada. Mário Barbosa afirma que estuda a possibilidade de solicitar ao Tribunal Regional Federal um Habeas Corpus para que o cliente responda ao processo em liberdade e disse não acreditar em um novo pedido de prisão, agora preventiva.

A Operação 14 Bis investiga desvios de cerca de R$ 5,7 milhões em contratos da UTFPR de Cornélio Procópio e cumpriu 20 mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em quatro cidades. As investigações duraram mais de dois anos e apontaram desvios em vinte contratos com empresas de manutenção das mais diversas áreas, entre outras. Foram apreendidos pela Polícia Federal até o momento, jóias, barcos, carros de luxo, US$ 27 mil em dinheiro, além de documentos.

Tentamos contato com o delegado-chefe da Polícia Federal em Londrina, Nilson Antunes, mas ele não atendeu nossas ligações.