SEGUNDA, 19/04/2021, 16:45

Justiça inocenta suspeito de mandar matar empresário investigado pela Operação Password em Londrina

Segundo advogado de defesa, acusado passou nove meses atrás das grades por um crime que não cometeu. Vítima do homicídio é Carlos Azarias, considerado chefe do esquema que fraudou o IPTU na cidade.

A 1ª Vara Criminal de Londrina inocentou o homem que estava sendo investigado por participação no assassinato do empresário Carlos Evander Azarias, registrado na cidade em 26 de junho de 2019. De acordo com a acusação, o suspeito seria o mandante do homicídio. A Justiça, no entanto, entendeu que as provas apresentadas contra o acusado eram muito frágeis, e decidiu, assim, por sua absolvição. O homem, que passou nove meses preso na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), foi solto na última semana.

As investigações, feitas pela Delegacia de Homicídios e validadas pelo Ministério Público, apontam que o acusado, agora inocentado, teria planejado o crime por conta de um desentendimento relacionado à negociação de um imóvel. A principal prova coletada pela acusação seria uma troca de mensagens de WhatsApp, entre o suspeito e a vítima, em que os dois aparentavam estar discutindo, de forma ríspida, a transação comercial. As testemunhas ouvidas durante o processo, no entanto, não confirmaram a suposta inimizade da dupla. O juiz também argumentou que não foi possível estabelecer, durante a investigação, uma ligação entre o acusado e o executor do assassinato, que já morreu. Quem explica é o advogado de defesa Geovanei Leal Bandeira.

Apesar da absolvição, segundo o advogado, o homem continua respondendo por extorsão, uma vez que, após a morte de Azarias, o executor do crime entrou em contato com a família do empresário dizendo que queria R$ 100 mil em dinheiro para não divulgar informações contra ele. Bandeira destacou que os crimes são correlatos, e que o cliente dele também deve ser inocentado desta segunda acusação.

Apesar da suposta injustiça, o advogado disse que o cliente não tem nenhuma intenção de entrar na Justiça pedindo reparação de danos pelo período em que ficou detido na cidade.

Carlos Azarias, vítima no processo em questão, ficou conhecido na cidade depois de ser investigado pela Operação Password, acusado de chefiar um esquema, entre 2015 e 2017, que usava senhas de servidores municipais para fraudar valores do IPTU na prefeitura. Muitos dos débitos, segundo as investigações, foram apagados do sistema a mando do empresário. Depois do assassinato, a polícia chegou a levantar a possibilidade de o crime ter relação com o esquema de corrupção, mas a hipótese foi descartada posteriormente.

Por Guilherme Batista

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