Representantes do departamento jurídico da Kurica passaram boa parte da tarde desta quarta-feira em uma audiência na justiça do trabalho para tentar pôr fim à greve dos coletores e motoristas. A liminar da Oitava Vara do Trabalho determinando a volta dos funcionários da Kurica ao trabalho saiu no início da noite. O porta-voz da Kurika, Raimundo Maia, diz que a multa estabelecida pela justiça, em caso de descumprimento da decisão, é de R$ 50 mil. O porta-voz da empresa afirma ainda que os líderes do movimento foram notificados a deixar os caminhões saírem da empresa.

Segundo o porta-voz da Kurica Ambiental, a coleta de lixo de toda a cidade conta com 17 caminhões durante o dia e 16 no período da noite. De acordo com Raimundo Maia, a empresa, que foi novamente notificada pela CMTU nesta quarta-feira, vai começar a contratar novos funcionários se os grevistas não voltarem às atividades.

Logo após a decisão da justiça, a categoria se reuniu em assembleia para decidir os rumos da paralisação. Segundo Isabel de Souza, diretora do Siemaco, o sindicato que representa os coletores, a decisão da assembleia foi pela continuidade da greve. Ela não quis gravar entrevista, mas disse que a coleta não seria feita na noite de quarta-feira e que na manhã desta quinta a categoria se reunirá novamente para uma assembleia.

Em apenas dois dias, os reflexos da paralisação dos coletores apareceram por toda a cidade. A reportagem da CBN Londrina constatou em várias ruas do centro muito lixo acumulado. Por toda a área central, a cena de montes de sacos na porta dos prédios e casas se tornou comum. No calçadão, por exemplo, onde há grande circulação de pessoas, há muito lixo que não foi recolhido.

Na zona norte, o cenário não era diferente na tarde desta quarta-feira. Moradores do Jardim da Gávea reclamam que o os sacos estão acumulados nas calçadas. No conjunto Aquiles, também na região norte, o cenário é o mesmo. São coletadas diariamente em Londrina cerca de 400 toneladas de lixo.

O diretor de Operações da CMTU, Odivaldo Moreno, preferiu não gravar entrevista, mas afirmou que vai aguardar um posicionamento oficial do sindicato e da Kurica sobre a paralisação.