QUARTA, 24/03/2021, 15:55

Justiça manda soltar presos em Londrina pela Operação Expresso, que investiga mega esquema de corrupção acusado de sonegar mais de R$ 1 bilhão em impostos

Organização criminosa era formada por empresários mineiros envolvidos com a produção de café, que emitiam notas frias no momento em que faziam a comercialização do produto com torrefações e atacadistas do norte do Paraná.

Os 33 presos pela Operação Expresso, incluindo os 13 de Londrina, foram soltos pela Justiça esta semana. A prisão temporária dos envolvidos venceu e não foi renovada. Na decisão, a 5ª Vara Criminal de Londrina informou que a soltura dos acusados não traria nenhum tipo de prejuízo às investigações. Eles são suspeitos de fazer parte de um mega esquema de corrupção acusado de sonegar mais de R$ 1 bilhão em impostos federais e estaduais. A organização criminosa foi desbaratada pela Operação Expresso na última semana, quando mais de 700 agentes de segurança saíram às ruas em quatro estados brasileiros para o cumprimento de 220 mandados judiciais. Participaram da ação servidores da Polícia Civil e do Ministério Público, além de auditores das receitas Federal e Estadual.

O esquema envolvia empresários ligados à produção de café em Minas Gerais, que, segundo as investigações, emitiam notas frias, por meio de empresas de fachada, no momento em que comercializavam o produto com torrefações e atacadistas de Londrina e outras cidades de todo o norte do estado. As informações foram repassadas no dia da operação pelo delegado da Receita Federal em Londrina, Reginaldo Cézar Cardoso.

O delegado Thiago Vicentini, do Núcleo de Combate à Corrupção da Polícia Civil, também detalhou a participou dos investigados londrinenses no esquema.

Pelo menos R$ 6 bilhões em notas fiscais fraudulentas teriam sido emitidos pelo setor cafeeiro. Só de ICMS, segundo as investigações, foram sonegados meio bilhão de reais em Minas Gerais e R$ 100 milhões no Paraná. Durante a operação, as equipes confiscaram mansões e apreenderam carros de luxo. Uma farta documentação também foi apreendida em endereços relacionados aos envolvidos. No edifício América, no centro de Londrina, praticamente todos os escritórios foram revistados. A próxima fase da operação envolve uma análise minuciosa de todo o material apreendido. A investigação acredita que só assim vai ser possível descobrir o tamanho real do prejuízo causado pelo esquema aos cofres públicos.

Por Guilherme Batista

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