SEGUNDA, 24/07/2017, 01:10

Justiça nega indenização a mulher de detento morto após rebelião na PEL 2

Maiki Deivid teria sido agredido pelos próprios presos da unidade. Ele ficou internado por quase um mês no HU, mas não resistiu.

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, Marcos José Vieira, negou indenização de R$ 1 milhão por danos morais a mulher de Maiki Deivid de Lima. Em 2015, ele teria sido agredido durante a rebelião na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) por outros presos. Na ação, a defesa alegou que o rapaz só foi levado ao Hospital Universitário depois de se queixar de fortes dores.

Lima ficou internado no hospital por quase um mês. Por ter uma filha com ele, que, na época, tinha dois meses, a jovem entendeu que teria direito ao dinheiro. Porém, na decisão, o juiz Marcos José Vieira argumentou que a indenização só deveria ser autorizada “(abre aspas) ao cônjuge ou ao convivente de união estával”.

O advogado Luca Carrer, que defende a mulher do detento, adiantou que outros familiares ingressaram com ações por danos morais. Elas ainda não foram julgadas. O coordenador estadual do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Carlos Enrique Santana, tratou o caso como mais uma prova da omissão do governo com a situação carcerária no Paraná.

Além de Lima, outro detento faleceu durante a rebelião na PEL 2. Éder Henrique Lopes da Silva, 28 anos, foi arremessado do telhado do presídio por outros presos. Ele caiu de uma altura de aproximadamente 15 metros, foi diagnosticado com traumatismo craniano e ainda sofreu uma parada cardíaca quando chegou ao hospital. O jovem morreu pouco depois.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, assim como a direção da Polícia Civil e do Departamento de Execução Penal (Depen), esclarecem que a solução para o caso de presos em delegacias são as 14 obras de construção e ampliação de unidades prisionais do Estado que já estão em andamento.

Por Pauta CBN

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