SEGUNDA, 14/12/2020, 06:20

Justiça nega pedido de família londrinense que queria a reprovação da própria filha na escola

Os pais alegam que a criança está com problemas de aprendizagem e gostariam que ela repetisse a série. Secretaria Municipal de Educação entende que nenhum aluno deve ficar retido.

A Secretaria Municipal de Educação de Londrina recomendou que, devido à situação gerada pela pandemia, nenhuma criança seja reprovada no ano escolar. Mas uma família da cidade não aceita a orientação e quer reter a filha no segundo ano do Fundamental 1. Os pais alegam que a criança tem idade incompatível com a série escolar e não consegue acompanhar o conteúdo, principalmente em relação a escrita e leitura. A escola particular onde a menina estuda informou que, de acordo com as orientações da Secretaria de Educação, não pode reprovar alunos, devido à situação completamente atípica. O juiz da segunda vara de fazenda pública, Emil Gonçalves, negou a liminar à família por entender que seria prematuro determinar a reprovação da criança sem a prévia avaliação do corpo pedagógico da escola, que teria competência para analisar se o rendimento é satisfatório e se há solução o eventual atraso escolar. Além disso, o magistrado reforça que o boletim escolar demonstra que as notas da menina são satisfatórias, considerado a média adotada pelo sistema de ensino. Os pais podem recorrer. Nós ouvimos uma doutora em educação, pós-doutora no ensino a distância, que pediu aos pais que controlem a ansiedade e revejam suas posturas diante do momento em que estamos vivendo. A professora Diene Eire Mello, da Universidade Estadual de Londrina, afirma que este não é o momento para cobrar desempenho das crianças.

A pedagoga lembra ainda que todo conteúdo deste ano letivo conturbado será revisto no ano que vem, então, é importante que os pais confiem nas orientações das autoridades em educação, que estão preparadas para avaliar o contexto escolar.

Eire Mello acredita que este é o momento para repensar o papel da escola, não como o lugar que aprova ou reprova, mas como o lugar que inclui e que faz com que todos aprendam, respeitando o ritmo de cada um.

Por Livia de Oliveira

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