Cento e oitenta dias. Esse é o prazo determinado pelo Juiz da Segunda Vara Criminal, Délcio Miranda da Rocha, para o novo afastamento dos vereadores, Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV). O pedido foi feito pelo Ministério Público, depois que o empresário Júnior Zampar, principal testemunha da Operação ZR3, afirmou ter sido coagido pela defesa dos vereadores durante oitiva da Comissão Processante (CP) na Câmara.

Na ocasião, o advogado Maurício Carneiro, que defende Rony Alves, chegou a pedir a prisão de Zampar, alegando que a testemunha mente no processo.

No despacho o Juiz alega que o afastamento dos vereadores “se impõe como forma de garantia da ordem pública e da lisura da instrução processual”. Délcio Miranda da Rocha cita o comportamento dos acusados junto à Comissão Processante e a possibilidade de utilização de cargos públicos para finalidades diversas, prejudicando a instrução criminal.

Na decisão, o Juiz também prorroga pelo mesmo prazo, a medida cautelar de proibição de acesso dos vereadores nas dependências da Câmara, nos prédios públicos da Prefeitura e suas secretarias e no Conselho Municipal da Cidade (CMC).

Rony Alves e Mário Takahashi já estavam afastados dos trabalhos na Câmara desde janeiro, quando foi deflagrada a Operação ZR3, pelo Gaeco, que investiga suposto esquema de pagamento de propina em troca de alterações nos projetos de zoneamento na cidade.

O advogado Anderson Mariano, que defende Mário Takahashi, afirmou que vai recorrer da decisão.

Rony Alves e Mário Takahashi também tiveram os bens bloqueados pela Justiça. No total, Alves teve 2,7 milhões de reais bloqueados e Takahashi, 3 milhões de reais.

O procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega, aguarda a notificação da Justiça.