QUINTA, 02/09/2021, 18:13

Londrina perde quase 20% das vagas de UTI Covid em apenas um mês, mas casos ativos seguem em alta

Sanitarista diz que, apesar de queda no número de óbitos e casos graves, redução de leitos acende luz de alerta por conta da imprevisibilidade das variantes.

A redução do número de leitos de UTI em Londrina vem ocorrendo pouco a pouco, com uma ou duas vagas perdidas ao longo das últimas semanas. Até 19 de agosto, por exemplo, eram 115. Caiu para 114 alguns dias depois e se intensificou mesmo no início desta semana. Na segunda-feira, a cidade passou a ter 113 vagas de UTI. Na terça foi para 112 e no dia seguinte, uma queda bem mais expressiva, para 104.

Com nove leitos a menos em 48 horas, a taxa de ocupação saltou de 85% para 95%. O sanitarista e professor da PUC, Gilberto Martins, afirma que a redução do número de leitos acende uma luz de alerta, mesmo com os óbitos e casos graves em queda.  

Ele cita também a grande mobilidade da população e o ritmo normal das atividades em muitos setores como fatores que podem levar a um cenário pior nas taxas de ocupação das UTIs. Na quarta-feira passada, por exemplo, a cidade tinha apenas cinco vagas de terapia intensiva disponíveis, o que para o ex-secretário de Saúde de Londrina representa um risco.

Outro dado importante para se entender o contexto da pandemia na cidade são os casos ativos. E eles seguem na direção contrária da redução do número de leitos. Há exatos 30 dias, por exemplo, no início de agosto, Londrina tinha 128 vagas de UTI e 582 casos ativos.

Já na última quarta-feira, 1º de setembro, eram 104 leitos e 839 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. No total, a redução das vagas de terapia intensiva no município foi de quase 20% em apenas um mês e o aumento dos casos ativos chegou a 44%.

Gilberto Martins afirma que, apesar da vacinação estar avançando e da melhora geral no cenário da doença, a redução expressiva do número de leitos pode trazer algumas surpresas, já que mesmo com a suposta letalidade menor da variante delta, a transmissão dela tem se mostrado muito maior.

Gilberto Martins também cita a existência de muitas outras variantes desconhecidas do vírus e a possibilidade delas chegarem ao país, com resultados ainda pouco previsíveis.

Com o fim do contrato do Município com o Hospital do Coração, que chegou a disponibilizar 50 vagas de UTI, atualmente a cidade conta com apenas o HU como principal referência para os pacientes graves da Covid que chegam via SUS.

Fizemos contato com as assessorias da Secretaria de Saúde de Londrina e do Hospital Universitário para saber como foi o planejamento dessa redução de vagas de UTI e qual a previsão para as próximas semanas em relação à desativação dos leitos Covid, mas até a conclusão da reportagem não tivemos retorno.

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