QUINTA, 02/03/2023, 14:43

Londrina registrou 50 mortes em confronto policial no ano de 2022, aponta Gaeco

Proporcionalmente, município registrou o maior índice do Paraná com crescimento de 56% na letalidade policial no ano passado. 

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apresentou nesta quinta-feira um balanço de mortes em decorrência de confrontos com policiais. No Paraná foram 488 mortes em 2022, um aumento de 17,3% em relação aos registros de 2021, quando ocorreram 416 mortes em circunstâncias semelhantes.

As cidades que mais registraram vítimas em situações envolvendo agentes de segurança foram Curitiba com 121, seguido de Londrina com 50 e Foz do Iguaçu com 22. Os casos de mortes de civis em confrontos foram registrados em 366 situações.

Em Londrina, a letalidade policial foi de 56% maior em 2022. Ou seja, em 2021 foram 32 vítimas contra 50 no ano passado.

A maior parte dos registros vem de confrontos com policiais militares: 483. Também houve dois casos envolvendo policial civil (um em Guaíra e outro em Quitandinha) e três com guardas municipais (dois em Curitiba e um em Araucária). Não há registros de mortes em confronto com a Guarda Municipal de Londrina no ano passado.

O coordenador do Gaeco no Paraná, o procurador Leonir Batisti, diz que a MP está em constante contato com as forças de segurança do Estado com objetivo de reduzir a violência nas abordagens policiais.  O trabalho também busca assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais.

Ao contrário de outros estados, no Paraná há uma resistência da Secretaria Estadual de Segurança Pública de implantar o as câmeras frontais que filmam abordagens policiais, as conhecidas ‘bodycams’. A implantação do aparato é uma cobrança constante da unidade do Gaeco.

Em Londrina, a Guarda Municipal passou a usar a ferramenta no mês de janeiro também sob recomendação do MP. O balanço do Gaeco traz outros recortes por raça e faixa etária. Nos confrontos com policiais militares, 58% (248) vítimas eram negras ou pardas. Em relação à faixa etária, 59% vítimas em confrontos com policiais militares tinham entre 18 e 29 anos. 6% eram menores de idade.

Por Guilherme Marconi

Comentários