SEGUNDA, 06/02/2017, 18:50

Luis Antônio de Souza se nega a falar em interrogatório da 4ª fase da Publicano

Defesa de auditor fiscal aponta incoerências em depoimentos e estuda pedir anulação do processo.

Luis Antônio de Souza é o único réu que permanece preso e seria o primeiro a ser ouvido nesse dia inicial de interrogatórios da 4ª fase da Operação Publicano. Ele se negou a falar, orientado pela defesa, que adiantou que está estudando a possibilidade de pedir a anulação do processo, o que já foi feito pelos advogados de outros reús da Publicano.

O advogado Eduardo Ferreira, afirma que não acredita em manipulação de depoimentos, mas estranha o fato de que nem todos eles tenham sido gravados. A defesa alega que há diferenças entre o que foi dito por Luiz Antônio de Souza nos interrogatórios e o que está escrito nos autos do processo.

Em junho do ano passado, o juiz Juliano Nanúncio anulou a delação premiada de Luis Antônio de Souza. O auditor teria descumprido o acordo de colaboração com a justiça e, mesmo preso, teria extorquido um empresário, exigindo dinheiro para não incluí-lo nas delações. O advogado afirma que Luiz Antônio de Souza foi induzido ao erro pelo Ministério Público na investigação que acabou por cancelar a delação premiada dele.  

Dos 110 réus da Operação Publicano, mais de 40 são auditores da Receita Estadual acusados de receber propina, para fazer vistas grossas à sonegação fiscal de empresas. O delator do esquema já foi condenado a pouco mais de 49 anos de prisão, na primeira ação da Publicano, por organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção passiva tributária, corrupção ativa e violação do sigilo funcional. A promotora Leila Schimiti, rebateu as acusações do advogado.

Para a Promotora, Luiz Antônio de Souza tinha a oportunidade de esclarecer dúvidas e até questionar alguns pontos dos depoimentos dele no interrogatório dessa segunda-feira. Leila Schimiti diz que não há obrigatoriedade em gravar todos os depoimentos.

A irmã de Luiz Antônio de Souza, Rosângela Semprebom, também se negou a falar com o juiz Juliano Nanúncio, que decidiu suspender os interrogatórios dessa terça-feira. O magistrado deve tomar uma decisão, sobre as alegações da defesa de Luiz Antônio de Souza e dos outros reús, nos próximos dias. A 4ª fase da Operação Publicano investiga crimes ocorridos entre 2008 e 2014 e descobertos a partir das primeiras fases da Publicano.

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