SEXTA, 26/04/2024, 11:51

Método Wolbachia de combate à dengue será implantado em Londrina a partir de julho

Seis cidades brasileiras vão testar o sistema que libera mosquitos contaminados por uma bactéria para reduzir casos da doença 

A partir de julho, Londrina irá receber o método Wolbachia para combater a dengue. A tecnologia será testada em 6 cidades brasileiras: Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Natal (RN) e Joinville (SC). A iniciativa já existe no Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, para que se reproduzam com os mosquitos locais e como resultado reduzam os casos de dengue. Isso acontece porque a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam no mosquito.  

De acordo com Gabriel Silvestre, líder de operações da WMP Brasil, empresa responsável pela implantação em conjunto com a Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz, a tecnologia precisa ser combinada com outros métodos.

A liberação dos chamados Wolbitos, os mosquitos contaminados, só ocorre depois de uma pesquisa de opinião, que já foi realizada em Londrina e apresentou 96% de aprovação dos moradores.

Silvestre explica que a pesquisa é necessária para saber qual a receptividade e informação da população sobre o método Wolbachia.

Em Londrina, a soltura dos Wolbitos está prevista para começar em julho de 2024. O monitoramento será feito de forma quinzenal e mensal, para avaliação dos resultados. A previsão é que os trabalhos continuem até junho de 2025.

De acordo com o secretário municipal de saúde, Felippe Machado, uma biofábrica para a produção dos mosquitos com Wolbachia em Londrina está em processo de montagem e os locais que receberão os Wolbitos já foram definidos.

A liberação dos mosquitos será realizada em todos os bairros da região norte; União da Vitória e PIND na zona sul; Califórnia, Vila Fraternidade, Antares, Ernani Moura Lima, Abussaf, Lindóia e Ideal, na zona leste; Jardim Bandeirantes, Leonor e Olímpico, na zona oeste; Vila Brasil, Vila Recreio, Vila Nova, Shangri-lá e Vila Casoni, na região central.

Um estudo realizado na Indonésia apontou uma redução de 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam os mosquitos com Wolbachia. No Brasil, em Niterói, os dados preliminares aferiram uma redução de 69% nos casos de dengue e redução de 56% nos casos de Chikungunya e 37% dos casos de Zika.

Este método de controle foi desenvolvido pelo World Mosquito Program (WMP), na Austrália, e atualmente está presente em mais de 20 cidades de 14 países.

Por Juliana Takaoka

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