QUINTA, 08/04/2021, 16:13

Ministério Público emite recomendação para que prefeitura readeque boletim com os números do coronavírus em Londrina

Solicitação é uma resposta ao informe de quarta-feira, que trouxe uma taxa de ocupação de leitos de UTI em 91% ao mesmo tempo em que mais de 70 pacientes esperavam pela liberação de vagas na Terapia Intensiva do HU, que está superlotado. Promotoria alerta que os números não têm refletido a realidade da pandemia no município.

A Promotoria de Defesa da Saúde Pública emitiu, nesta quinta-feira (8), uma recomendação administrativa pedindo para que a Prefeitura de Londrina faça adequações nos boletins diários com os números do coronavírus na cidade. A solicitação do Ministério Público é uma resposta ao informe de quarta-feira (7), que confirmou 16 mortes pela doença em Londrina, o maior número em um único dia desde o início da pandemia. Além disso, o boletim trouxe uma queda considerável na taxa de ocupação dos leitos exclusivos para pacientes Covid. Em relação aos de enfermaria, 80% das vagas estavam sendo usadas. Já nas UTIs, a ocupação seria de 91%. O problema é que ao mesmo tempo em que o município informa que há vagas da Terapia Intensiva disponíveis, o Hospital Universitário (HU) comunica que pelo menos 71 pacientes estão internados no pronto-socorro esperando pela liberação de leitos de UTI. No HU, especificamente, o índice de ocupação da Terapia Intensiva era de 104% nesta quinta. O que estaria puxando a taxa geral para baixo são os leitos do Hospital do Coração, que teria ao menos dez vagas de UTI livres no momento. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os números do boletim são apenas um recorte de um determinado momento, e que, frequentemente, autoriza a transferência de pacientes entre os hospitais. 

Na avaliação da promotora Susana de Lacerda, responsável por encaminhar a recomendação, os boletins não têm conseguido refletir a realidade da pandemia em Londrina, causando, assim, uma falsa sensação de normalidade entre a população. Segundo ela, os informes precisam começar a trazer não só a ocupação precisa dos leitos, mas também a quantidade de pacientes que continuam à espera da liberação de vagas nos hospitais da cidade.

A promotora pediu ainda para que o município intensifique a fiscalização contra as pessoas que não têm obedecido às medidas sanitárias na cidade. Para ela, o poder público também precisaria endurecer ainda mais as restrições de funcionamento das atividades consideradas não essenciais, uma vez que, para Susana, as proibições atuais, decretadas pelo Governo do Estado, não estariam surtindo o efeito necessário.

Susana de Lacerda voltou a lembrar que o sistema de saúde está em colapso, que os números da doença não param de aumentar, e que a população precisa, mais do que nunca, fazer a parte dela.

Por Guilherme Batista

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